Irã se mostra disposto a mediar libertação de reféns sequestrados pelo Hamas

Uma pessoa olha para cartazes que retratam reféns e pessoas desaparecidas, enquanto os moradores de Tel Aviv demonstram apoio e solidariedade às famílias dos reféns que estão sendo mantidos em Gaza, em meio ao conflito em curso entre Israel e o Hamas, em Tel Aviv, Israel, 21 de outubro de 2023 | Ammar Awad/REUTERS

A moeda de troca seriam os 6.000 palestinos presos em Israel; o Catar e a Turquia também ajudariam nas negociações

O Irã anunciou nesta quinta-feira (26) que está disposto a desempenhar um papel na libertação dos reféns israelenses sequestrados pelo grupo terrorista Hamas em troca da libertação de 6.000 palestinos detidos em prisões israelenses.

A proposta foi feita pelo ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, antes da sessão da Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) convocada pelo grupo de países árabes para tratar da guerra em Gaza, e atraiu uma atenção sem precedentes.

Amir-Abdollahian afirmou que o Hamas mostrou vontade de libertar "reféns não militares", mas que seria uma troca por 6.000 prisioneiros palestinos, muitos dos quais estão presos sem um processo justo, como as organizações de direitos humanos têm denunciado repetidamente.

O chanceler iraniano acrescentou que essa operação de mediação seria levada a cabo conjuntamente com a Turquia e o Catar (esse último mediou a libertação dos primeiros reféns israelenses), sem dar mais detalhes.

Parece pouco provável que Israel — inimigo declarado do Irã — aceite oficialmente a sua mediação, mas a oferta iraniana é significativa, porque é no Irã que o Hamas tem a liderança política no exílio, e o país é provavelmente o aliado mais forte que o grupo islâmico tem no mundo.

O Irã é um dos poucos países que não condenaram o ataque do Hamas de 7 de outubro, e Amir-Abdollahian voltou a esclarecer por que não tende a fazê-lo.

"A operação Al-Aqsa foi apenas uma reação à ocupação e à agressão contra os palestinos em resposta aos crimes sionistas. De acordo com o direito internacional, resistir à agressão e à ocupação, inclusive com armas, é inerente aos direitos legítimos dos palestinos e de qualquer nação."

O ministro também saiu em defesa do secretário-geral da ONU, António Guterres, que tem sido duramente atacado por Israel nos últimos dias, por ter afirmado que os ataques do Hamas de 7 de outubro "não surgiram do nada", o que Israel viu como uma justificativa para as ações do grupo.

"Quero agradecer ao secretário-geral António Guterres pelas suas posições positivas e realistas e pelos seus esforços para enviar ajuda humanitária a Gaza e para parar a guerra imediatamente", disse o chanceler iraniano aos representantes de todos os 193 países, incluindo Israel.

*Com informações da agência EFE

Postar um comentário

0 Comentários