A previsão é que o gabinete de guerra israelense se reúna esta noite para discutir as condições para um acordo
O Hamas se recusou novamente nesta quinta-feira (21) a continuar com as negociações no Egito para uma nova troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos se esta não for acompanhada de um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza.
"Só haverá negociações para um acordo de troca de prisioneiros depois da cessação total da agressão", disse à Agência EFE um porta-voz da milícia.
Durante as negociações retomadas ontem no Cairo, o Hamas recusou até três ofertas colocadas na mesa pelos mediadores – Catar, Egito e Estados Unidos –, segundo confirmaram fontes do grupo à EFE.
De acordo com as mesmas fontes, Israel ofereceu um máximo de duas semanas de trégua para a troca de reféns por prisioneiros palestinos, mas o Hamas exige a cessação das hostilidades e a retirada das tropas israelenses do enclave.
Uma fonte de segurança israelense também confirmou à EFE que as facções de Gaza – lideradas pelo Hamas e pela Jihad Islâmica – informaram aos mediadores que "não negociarão nenhum acordo sobre prisioneiros à luz da continuação da guerra e das divergências no gabinete de Israel, dividido sobre os termos da negociação".
A previsão é que o gabinete de guerra israelense se reúna esta noite para discutir as condições para um acordo. "Governo de Israel, vocês têm o nosso apoio para chegar a um acordo agora", disse um comunicado do Fórum de Famílias de Reféns e Pessoas Desaparecidas de Israel.
Paralelamente ao anúncio do fim das conversas, cerca de 30 foguetes foram lançados a partir da Faixa de Gaza em direção a comunidades do sul e do centro de Israel, incluindo o centro urbano de Tel Aviv.
Esses lançamentos, que ocorrem após mais de um dia de pausa, foram interpretados como uma mensagem do Hamas sobre as implicações de não se chegar a um acordo.
Uma delegação do grupo terrorista, liderada pelo chefe do gabinete político, Ismail Haniyeh, esteve no Cairo, nesta quarta-feira (20), para discutir uma possível nova trégua na Faixa de Gaza, na qual seriam feitas as trocas de reféns por prisioneiros. No entanto, as conversas com as autoridades egípcias terminaram "sem resultados", segundo informou um alto funcionário palestino à emissora britânica BBC.
A fonte consultada disse que o Egito ofereceu uma proposta para outra trégua humanitária, mas o Hamas rejeitou a proposta por se tratar de uma "solução temporária" para o conflito.
No dia 7 de outubro, a milícia palestina matou cerca de 1,2 mil pessoas em território israelense e sequestrou 240, das quais 105 foram libertadas na trégua temporária de uma semana do final de novembro.
0 Comentários