Reservistas de pelo menos duas brigadas serão dispensados esta semana, enquanto outras três passarão por treinamento
O comando militar de Israel anunciou nesta segunda-feira (1ᵒ) a retirada de milhares de tropas de Gaza, ao menos temporariamente, marcando o mais significativo recuo publicamente declarado desde o início do conflito. A informação foi divulgada pelo jornal norte-americano The New York Times.
O motivo apontado é o crescente impacto na economia israelense após quase três meses de mobilização em tempos de guerra, sem perspectivas claras de um cessar-fogo. Israel já vinha contemplando a redução de suas operações, o que se somou à pressão dos Estados Unidos para uma resposta mais rápida diante do aumento no número de mortos em Gaza, informa o jornal. De acordo com as autoridades de saúde locais, mais de 20 mil pessoas morreram desde o início do conflito.
O porta-voz das Forças Armadas israelenses, Daniel Hagari, disse que a decisão de desmobilizar parte das tropas não representa qualquer comprometimento de Israel em não prosseguir lutando. Mas não abordou a pressão norte-americana, indicando inclusive que alguns soldados serão convocados novamente este ano.
O The New York Times informa ainda que, conforme comunicado oficial, reservistas de pelo menos duas brigadas serão dispensados esta semana, enquanto outras três passarão por treinamento. O tamanho das brigadas varia, chegando a cerca de 4 mil soldados. O número total de tropas implantadas em Gaza pelo exército israelense permanece não revelado.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, deve voltar a Israel para novas conversas sobre a guerra, de acordo com fontes do governo americano, depois de se reunir com um assessor do premier israelense Benjamin Netanyahu na semana passada, em Washington, junto com Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca.
A ofensiva de Israel contra o Hamas já dura quase três meses e resultou na mobilização de mais de 350 mil reservistas. Segundo o Centro Taub de Estudos de Política Social, um centro de pesquisa apartidário em Israel, a economia israelense deve encolher 2% neste trimestre, à medida que muitos deixaram seus trabalhos para atuar na reserva ou abandonaram negócios em suas cidades natais.
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