A fronteira entre Israel e Líbano está passando por seu maior pico de tensão desde 2006, com uma troca de disparos que já dura três meses
As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram nesta terça-feira (9) que atacaram com artilharia e por via aérea vários postos militares do Hezbollah no sul do Líbano, em resposta a vários lançamentos de foguetes e drones a partir da região de Kfarkela, que dispararam alarmes em várias partes do norte do território israelense.
Vários foguetes lançados a partir do Líbano foram interceptados nas regiões de Malkia e Yifach, e drones também foram detectados infiltrando-se no norte de Israel, incluindo um que atingiu uma base militar do Comando Norte do Exército do país em Safed, sem causar ferimentos ou danos.
"Há pouco, soldados das IDF atacaram um esquadrão de lançamento de veículos aéreos não tripulados (UAV) no sul do Líbano. A artilharia também tem como alvo as fontes dos lançamentos disparados contra o norte de Israel", disse um comunicado militar.
Por sua vez, a agência de notícias libanesa ANN informou que um drone israelense atingiu um veículo na região de Ghandouriya, no sul do Líbano, e que houve um segundo bombardeio contra ambulâncias enviadas ao local para socorrer as vítimas, o que deixou um paramédico levemente ferido.
A identidade dos ocupantes do veículo visado no ataque inicial é desconhecida, um dia depois de outra ação israelense ter matado um comandante sênior do grupo xiita libanês Hezbollah enquanto ele viajava em um carro do mesmo tipo no sul do Líbano.
Wissam Hassan Taweel, um alto comandante das forças especiais de Radwan, foi morto ontem (8) em uma estrada na região de Khirbet al Salam, consideravelmente distante da fronteira imediata com Israel, assim como a de Ghandouriya, onde ocorreu o novo ataque desta manhã.
O Hezbollah respondeu ao assassinato de Taweel lançando vários ataques com drones contra o quartel-general do Comando Norte israelense na cidade de Safad, uma de suas maiores ações desde o início do fogo cruzado com Israel, há três meses, no contexto da guerra entre o país e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.
A violência na fronteira entre Israel e Líbano aumentou depois que um atentado a bomba, atribuído às forças israelenses, matou o número dois do grupo islâmico palestino, Saleh al-Arouri, e outras seis pessoas nos arredores de Beirute, há uma semana.
Essa região, um importante reduto do Hezbollah, não havia sido atacada desde a guerra entre o grupo e Israel em 2006, aumentando os temores de que o Líbano pode se tornar uma segunda frente na guerra que ocorre em Gaza.
O Hezbollah já havia dado uma primeira resposta ao assassinato de Arouri no último sábado (6), quando disparou mais de 60 projéteis contra uma importante base militar responsável pela coordenação de operações aéreas fora do território israelense e localizada no Monte Meron, no norte de Israel.
A fronteira entre Israel e Líbano está passando por seu maior pico de tensão desde 2006, com uma troca de disparos que já dura três meses e que já custou a vida de mais de 200 pessoas.
Em Israel, 13 pessoas foram mortas na fronteira norte, sendo nove militares e quatro civis, enquanto no Líbano mais de 190 pessoas morreram, incluindo ao menos 19 membros de grupos armados, um militar e 21 civis, além dos membros do Hezbollah.
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