Parte dessa informação incluirá a localização de túneis e o paradeiro de líderes do Hamas
A Administração Biden terá oferecido a Israel informações classificadas, como o paradeiro de líderes do Hamas, de forma a tentar evitar uma intervenção militar terrestre em larga escala em Rafah. Tudo indica, no entanto, que a ofensiva em Rafah está iminente e mais de 300 mil palestinos já evacuaram da região. O jornal Washington Post avançou este domingo que os Estados Unidos têm oferecido, nas últimas semanas, informações classificadas a Israel na esperança de persuadirem Jerusalém a recuar na invasão de Rafah. Parte dessa informação incluirá a localização de túneis e o paradeiro de líderes do Hamas.
Segundo o jornal, as autoridades norte-americanas também se ofereceram para ajudar a fornecer milhares de abrigos para que Israel possa construir cidades de tendas e para ajudar na construção de sistemas de distribuição de alimentos, água e remédios, para que os palestinos deslocados de Rafah possam ter um lugar habitável para viver.Segundo a ONU, cerca de 1,4 milhões de palestinos, a maioria deles deslocados pelos bombardeamentos, estão abrigados em Rafah.
A Casa Brancaopõe-se a uma operação militar em larga escala em Rafah e ameaçou mesmo interromper o fornecimento de armas a Israel se esta ofensiva avançar. No entanto, apesar dos apelos dos EUA e de outros aliados, tudo indica que a ofensiva israelense em Rafah é iminente. Israel já orientou para que todos os habitantes deixem a cidade do sul de Gaza e se dirijam a Al-Mawasi, uma estreita área costeira que Israel chama de "zona humanitária expandida". Desde sábado, estima-se que mais de 100 mil palestinos tenham saído de Rafah após os avisos israelenses. Ao longo da última semana, foram cerca de 300 mil aqueles que deixaram a região, segundo a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). Israel retomou as operações militares no norte de Gaza, em particular ao campo de refugiados de Jabalia, onde o grupo terrorista Hamas está se reagrupando. Ofensiva em Rafah "não pode acontecer" O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, advertiu que a ofensiva em Rafah "não pode acontecer" porque violaria o direito internacional humanitário. "Não vejo como é que as últimas ordens de evacuação, muito menos um ataque total, numa área onde a presença de civis é extremamente densa, possam cumprir os requisitos vinculativos do direito internacional humanitário e os dois conjuntos de medidas provisórias vinculativas ordenadas pelo Tribunal Internacional de Justiça", disse Volker Türk em comunicado, neste domingo. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o alto representante da política externa da UE, Josep Borrell, também consideraram "inaceitáveis" as ordens de evacuação israelenses de vários setores da região de Rafah. "As ordens de evacuação de civis encurralados em Rafah para áreas inseguras são inaceitáveis", publicou Michel numa mensagem na rede social X (antigo Twitter) que Borrell republicou na sua própria conta. Michel pediu ao governo israelense para "respeitar o direito internacional humanitário" e que não avance com uma operação terrestre em Rafah. "Os pontos de passagem devem estar totalmente funcionais e permitir a passagem de ajuda humanitária essencial no meio da grave fome", acrescentou. Além disso, Michel defendeu ser preciso "prosseguir com todos os esforços para alcançar um acordo para um cessar-fogo duradouro". Mais de 250 pessoas foram sequestradas no ataque terrorista de 7 de outubro do Hamas e 128 permanecem em cativeiro em Gaza. Segundo o Exército israelense, 36 reféns morreram.
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