Israel afirmou que a decisão "não impedirá Israel de se defender e alcançar todos os seus objetivos de guerra justa"
O Estado de Israel e o grupo terrorista Hamas reagiram nesta segunda-feira (20) a pedidos de prisão emitidos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra os dois lados na guerra que se iniciou em 7 de outubro de 2023.
É um "crime de proporções históricas", disse o ministro do Gabinete de Guerra de Israel, Benny Gantz. Um funcionário do Estado israelense classificou a decisão como "calúnia de sangue infundada" que "cruzou uma linha vermelha contra a única democracia do Oriente Médio".
O Hamas reagiu ao pedido de prisão contra seus líderes acusando o TPI de "comparar a vítima com o carrasco" e alegando que a ordem é "sem base legal".
Karim Khan, procurador do TPI, ordenou a prisão do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, de seu ministro da Defesa, Yoav Gallant; e, contra os terroristas, emitiu mandados de prisão contra Yahya Sinwar, chefe do Hamas em Gaza, Mohamed Deif, comandante das Brigadas al-Qassam (braço armado do Hamas) e Ismail Haniyeh, chefe do escritório político dos terroristas, que está em autoexílio no Catar.
Israel afirmou que a decisão "não impedirá Israel de se defender e alcançar todos os seus objetivos de guerra justa".
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, descreveu a medida como "escandalosa" e ordenou a criação "imediata" de um comitê especial "com todos os elementos profissionais" para lutar contra a decisão, que, em sua opinião, "visa amarrar as mãos do Estado de Israel e negar-lhe o direito à autodefesa".
Katz disse que ordenar a detenção de oficiais israelenses junto com "monstros abomináveis" do Hamas foi uma "vergonha histórica".
"Traçar paralelos entre os líderes de um país democrático determinado a se defender contra o terrorismo desprezível e os líderes de uma organização terrorista sanguinária é uma profunda distorção da justiça e uma falência moral flagrante", denunciou o ministro do Gabinete de Guerra israelense, Benny Gantz.
Gantz insistiu que Israel está respeitando a lei internacional em seus combates na Faixa de Gaza e que possui um sistema judicial "independente e robusto".
Entre os crimes pelos as duas autoridades israelenses são responsabilizadas estão o uso da fome como um "método de guerra" contra civis e a "matança intencional".
Israel — assim como Estados Unidos e China — assinou, mas não ratificou o Estatuto de Roma, que constituiu o Tribunal Penal Internacional. Portanto, o alcance da medida de Khan ainda não está claro.
Em sua reação, o Hamas completou que a decisão do TPI "os tratados e resoluções internacionais que concederam ao povo palestino e a outros povos do mundo sob ocupação o direito de resistir à ocupação sob qualquer forma, incluindo a resistência armada, conforme especificado no artigo 51 da Carta da ONU".
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