Líderes europeus, mais ou menos alinhados a Trump, também se pronunciaram
Após a tentativa de assassinato sofrida no sábado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, diversos líderes mundiais se manifestaram demonstrando preocupação com a escalada da violência política e solidarizando-se com Trump. O ex-presidente e candidato republicano à presidência dos EUA sofreu ferimentos na orelha; uma pessoa presente ao comício morreu e outras duas ficaram feridas.
O Vaticano expressou sua preocupação neste domingo, e afirmou que se soma "à oração dos bispos americanos" pelas vítimas e pelo país. "A Santa Sé expressa sua preocupação com o episódio de violência da noite passada, que prejudica as pessoas e a democracia, causando sofrimento e morte", afirmou a sala de imprensa do Vaticano em um comunicado.
Líderes europeus, mais ou menos alinhados a Trump, também se pronunciaram. "O ataque contra o candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, é desprezível", disse o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, em uma mensagem publicada na sua conta na rede social X. "Atos violentos como estes ameaçam a democracia”, acrescentou o chefe do Executivo alemão, que também desejou a Trump uma rápida recuperação, uma vez que o ex-presidente ficou ferido na orelha direita. "Meus pensamentos estão com aqueles que foram afetados por esse ataque", completou Scholz.
O novo primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, se pronunciou por meio de um porta-voz. "Estamos chocados com as cenas do comício do presidente Trump na Pensilvânia", disse neste domingo um representante de Starmer. "Condenamos nos termos mais fortes todas as formas de violência política e enviamos nossos melhores votos ao presidente Trump e à sua família neste momento", acrescentou o porta-voz, segundo um comunicado de Downing Street.
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, manifestou sua solidariedade a Trump e lhe desejou "uma rápida recuperação". Meloni também disse ter "esperança de que nos próximos meses da campanha eleitoral possamos ver o diálogo e a responsabilidade prevalecerem sobre o ódio e a violência" nos Estados Unidos, de acordo com um comunicado divulgado pelo seu gabinete. Por sua vez, Matteo Salvini, parceiro governamental de Meloni e um dos dois vice-presidentes da atual coalizão, afirmou na rede social X que Trump "é mais forte que tudo e todos" e garantiu que "este é o presidente de que os Estados Unidos precisam".
O presidente da França, Emmanuel Macron, desejou no domingo uma rápida recuperação a Trump e considerou a tentativa de assassinato "uma tragédia" para as democracias. "A França compartilha o choque e a indignação do povo americano", disse o chefe de Estado francês, que ainda recordou a morte de um apoiador republicano durante o ataque ao comício na Pensilvânia.
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, condenou o ataque e declarou que "a violência e o ódio não têm lugar em uma democracia". "Quero expressar a minha mais veemente condenação ao ataque sofrido por Donald Trump durante um comício na Pensilvânia", escreveu Sánchez na rede social X, em uma mensagem na qual desejou uma rápida recuperação ao republicano. O chefe do governo espanhol transmitiu o mesmo desejo aos demais feridos e suas condolências aos familiares da pessoa falecida no ataque.
O rei Felipe VI e a rainha Letícia da Espanha também demonstraram sua solidariedade com o ex-presidente dos Estados Unidos, em uma carta na qual manifestaram "alívio" ao saber que os ferimentos que sofreu no ataque "não são graves". "Chocado pelo terrível ataque que sofreu durante um evento eleitoral na Pensilvânia, quero enviar-lhe, juntamente com a rainha, a nossa solidariedade e alívio ao saber que os seus ferimentos não são graves", diz a carta enviada neste domingo a Trump pela Casa Real espanhola. No texto, o rei expressa também "a todo o querido povo dos Estados Unidos da América" a sua "mais forte condenação" a qualquer ato de violência, "ainda mais quando é dirigido contra os valores da democracia". A rainha também se juntou a esta mensagem, com os monarcas desejando a Trump "uma recuperação completa".
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se manifestou na rede social X. "Fiquei consternado ao saber dos disparos contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump em um comício eleitoral na Pensilvânia. Tal violência não tem justificativa nem lugar em nenhuma parte do mundo", escreveu Zelensky. "A violência nunca deve prevalecer", acrescentou o presidente ucraniano, em uma mensagem na qual também demonstrou alívio por saber que Trump estava bem. "Estou aliviado por saber que Donald Trump está seguro agora e desejo-lhe uma rápida recuperação", destacou Zelensky, que também expressou suas condolências aos familiares do apoiador republicano morto no atentado, e manifestou a esperança de que "os Estados Unidos voltem a emergir mais fortes" depois do ocorrido.
Ditaduras de esquerda também se manifestam
Mesmo ditadores socialistas e comunistas com o hábito de eliminar adversários políticos, seja pela prisão, seja pelo assassinato, também se manifestaram sobre a tentativa de assassinato contra Trump. O Ministério das Relações Exteriores chinês confirmou hoje, em um breve comunicado, que está informado do acontecimento e que o ditador Xi Jinping enviou o seu apoio pessoal a Trump. "A China está preocupada com o ataque a tiros que afetou o ex-presidente Trump. O presidente Xi Jinping já expressou sua simpatia a Trump", afirma o comunicado divulgado no site da pasta da diplomacia chinesa.
Durante o mandato de Trump, as relações entre Washington e Pequim viveram vários dos seus momentos mais tensos, como o início da guerra comercial e a questão taiwanesa como um dos principais pontos de atrito entre ambos os lados, uma vez que os EUA são o principal fornecedor de armas de Taiwan e poderiam defender o país em caso de conflito.
"Em nome da Venezuela como um todo, quero rejeitar e repudiar o ataque contra o presidente Donald Trump e lhe desejar uma rápida recuperação. Temos sido adversários, mas desejo ao presidente Trump saúde e vida longa", disse o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em um ato político no estado de Carabobo, no norte do país. Maduro afirmou ter sido "vítima de um ataque" com drones em 2018 e de "100 tentativas" de matá-lo, e em várias ocasiões disse que Trump estava por trás de alguns desses supostos planos, especialmente desde que os Estados Unidos deixaram de reconhecê-lo como presidente legítimo, em janeiro de 2019, após Maduro ter vencido uma eleição considerada fraudulenta por boa parte do Ocidente democrático.
Rússia usa atentado para atacar ajuda do governo de Joe Biden à Ucrânia
Comentando o atentado de sábado, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse à imprensa russa que "a Rússia sempre condenou e condenamos firmemente qualquer manifestação de violência durante a disputa política" e expressou suas condolências aos familiares da pessoa morta durante o ataque. "Expressamos nossas condolências e desejamos uma rápida recuperação a todos os feridos", acrescentou. Segundo o representante da presidência russa, "após as múltiplas tentativas de retirar a candidatura de Trump da corrida eleitoral através de meios jurídicos como tribunais, procuradores, tentativas de desacreditá-lo politicamente e comprometê-lo, tornou-se evidente para todos que sua vida estava em perigo".
Peskov afirmou que a Rússia "não pensa nem considera que a tentativa de eliminação do candidato presidencial Trump foi organizada pelas autoridades, mas a atmosfera criada por esta administração no decurso da disputa política, a atmosfera em torno do candidato Trump provocou isso que os Estados Unidos enfrentam hoje (...) O sistema político dos EUA tem mostrado ao mundo inteiro repetidos exemplos de violência dentro do país no quadro da disputa política", acrescentou Peskov, recordando vários casos de tentativas de assassinato de presidentes americanos.
"O estilo de trabalho da atual administração é tal que prefere resolver tudo a partir de posições de força, incluindo assuntos internacionais", criticou, em uma alusão ao apoio que o governo de Joe Biden tem dado à Ucrânia desde a invasão russa, em fevereiro de 2022, com envio de recursos financeiros e armas para a defesa dos ucranianos. "[Biden e seu governo] nunca procuram chegar a compromissos. Agora, de fato, a violência deslocou-se para o interior do país", completou Peskov. O regime russo é um dos que têm se notabilizado internacionalmente pela perseguição e eliminação de qualquer liderança que possa ameaçar o poder do ditador Vladimir Putin, ou mesmo que o critique publicamente – o caso mais recente é o de Alexei Navalny, líder oposicionista que morreu subitamente enquanto cumpria pena de prisão no Ártico.
Peskov se esquivou de avaliar como o ataque contra Trump irá afetar a legitimidade das eleições nos EUA. "Não é algo que cabe a nós julgar, não temos a menor intenção de interferir nos assuntos internos dos Estados Unidos", disse Peskov, destacando que Putin não pretende entrar em contato com Trump após o atentado.
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