Na ONU, Biden diz que ainda é possível evitar guerra em grande escala no Oriente Médio

Presidente democrata fez seu último discurso na Assembleia Geral da ONU, já que não disputará a reeleição em novembro | Foto: EFE/EPA/SARAH YENESEL

"Desde 7 de outubro [de 2023], também estamos determinados a evitar uma guerra mais ampla que abranja toda a região", disse o presidente americano


O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, proferiu nesta terça-feira (24) seu último discurso na Assembleia Geral da ONU, já que não disputará a reeleição em novembro.

Na sua fala em Nova York, ele falou de temas geopolíticos que preocupam o mundo atualmente, como as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, mas também sobre sua decisão de abrir espaço para sua vice, Kamala Harris, como cabeça de chapa do Partido Democrata na eleição.

"Nunca devemos esquecer quem estamos aqui para representar: nós, o povo. Estas são as primeiras palavras da nossa Constituição [americana], a própria ideia da América, e elas inspiraram as palavras de abertura da nossa Carta da ONU. Eu fiz da preservação da democracia a causa central da minha presidência", disse Biden.

"Neste verão [no hemisfério norte], enfrentei uma decisão se deveria buscar um segundo mandato como presidente. Foi uma decisão difícil. Ser presidente tem sido a honra da minha vida. Há muito mais que eu quero fazer. Mas por mais que eu ame esse trabalho, eu amo mais o meu país. Decidi, depois de 50 anos de serviço público, que é hora de uma nova geração de lideranças levar minha nação adiante. Meus colegas líderes, nunca nos esqueçamos de que algumas coisas são mais importantes do que permanecer no poder", afirmou o democrata, que desistiu de tentar a reeleição após pressões dentro do seu partido, da imprensa progressista e de doadores de campanha devido ao seu péssimo desempenho no debate com o republicano Donald Trump em 27 de junho.

Biden falou sobre o atual conflito no Oriente Médio, que no momento ameaça escalar para uma guerra regional, com o aumento das hostilidades entre Israel e o grupo terrorista Hezbollah no Líbano.

"Desde 7 de outubro [de 2023], também estamos determinados a evitar uma guerra mais ampla que abranja toda a região", disse o presidente americano.

"O Hezbollah, sem provocação, juntou-se ao ataque de 7 de outubro [do Hamas contra Israel] lançando foguetes contra Israel. Quase um ano depois, muitos nos dois lados da fronteira israelense-libanesa continuam deslocados. Uma guerra em grande escala não é do interesse de ninguém. Embora a situação tenha piorado, uma solução diplomática ainda é possível", afirmou.

A respeito da guerra na Ucrânia, Biden alegou que o ditador russo, Vladimir Putin, não atingiu seus objetivos principais, já que Kiev não caiu e a OTAN estaria "maior, mais forte, mais unida" do que nunca. Ainda assim, cobrou a continuidade do apoio aos ucranianos – os republicanos vêm criticando a ajuda americana sem que haja perspectivas de um encerramento do conflito.

"Nós apoiaremos os princípios que nos unem? Nós permaneceremos firmes contra a agressão? Nós acabaremos com os conflitos que estão acontecendo hoje? Enfrentaremos desafios globais como mudanças climáticas, fome e doenças?", disse Biden.

Sobre a Venezuela, o democrata elogiou a oposição que resiste ao ditador Nicolás Maduro.

"Já vi isso em todo o mundo: os homens e mulheres valentes que acabaram com o apartheid, derrubaram o Muro de Berlim e lutam hoje pela liberdade, justiça e dignidade. Vimos essa jornada universal em direção aos direitos e à liberdade na Venezuela, onde os eleitores emitiram seus votos por uma mudança que não pode ser negada", disse, citando a eleição vencida pelo oposicionista Edmundo González, embora o órgão eleitoral venezuelano tenha atribuído a vitória a Maduro.

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