Austin enfatizou, na ocasião, a importância de se encontrar uma solução diplomática para o conflito, que se agravou com a nova troca de ataques
O Pentágono anunciou o envio de tropas adicionais para o Oriente Médio em resposta ao "aumento acentuado da violência" entre Israel e o Hezbollah, no Líbano. A informação foi transmitida pelo secretário de imprensa Major-general Pat Ryder, nesta segunda-feira (23).
A decisão foi tomada pelos Estados Unidos devido ao risco maior de uma guerra regional, mas não há detalhes sobre a quantidade de forças adicionais ou o que elas seriam incumbidas de fazer na região. Atualmente, Washington mantém cerca de 40 mil tropas no Oriente Médio.
Uma operação de rotina do Pentágono partiu nesta segunda-feira rumo ao Mediterrâneo, com um porta-aviões, dois contratorpedeiros e um cruzador, abrindo a possibilidade da Defesa americana mantê-los na região caso haja uma escalada ainda maior da violência entre as partes.
"À luz do aumento da tensão no Oriente Médio e por excesso de cautela, estamos enviando um pequeno número de militares americanos adicionais para aumentar nossas forças que já estão na região. Mas, por razões de segurança operacional, não vou comentar ou fornecer detalhes", disse o assessor de imprensa do Pentágono no anúncio.
Nesta segunda-feira, o Exército de Israel afirmou ter atacado cerca de 800 alvos do grupo terrorista xiita Hezbollah no sul e no leste do Líbano, no que foi considerado o maior ataque de Tel Aviv desde o início das agressões com a milícia patrocinada pelo Irã.
O número de mortos nos bombardeios israelenses desta segunda-feira contra vários pontos do Líbano está cifrado agora em 274, enquanto o número de feridos ultrapassa os mil, segundo anunciou o Ministério da Saúde Pública libanesa.
O Exército afirmou nesta segunda-feira ter detectado cerca de 165 foguetes disparados do Líbano em direção a Israel, a maioria direcionada ao norte do país, incluindo a cidade de Haifa, onde as aulas nas escolas foram suspensas.
Israel pediu aos residentes das áreas do sul e do Vale do Beqaa, redutos do Hezbollah, para que deixassem suas casas se estivessem perto de edifícios usados pelos xiitas para armazenar armas.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, já havia conversado na noite deste domingo (22) com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, para receber informações atualizadas sobre a escalada dos ataques contra o Hezbollah no Líbano.
Austin enfatizou, na ocasião, a importância de se encontrar uma solução diplomática para o conflito, que se agravou com a nova troca de ataques.
O porta-voz Pat Ryder em um comunicado neste domingo que o chefe do Pentágono "expressou apoio ao direito de Israel de se defender enquanto o Hezbollah aumenta seus ataques mais em direção ao interior do país e enfatizou a importância de encontrar um caminho para uma solução diplomática que permita que os moradores de ambos os lados da fronteira (entre Líbano e Israel) retornem às suas casas da forma mais rápida e segura possível".
Austin também pediu o progresso de um cessar-fogo em Gaza, que traria o retorno dos reféns sob controle do Hamas, negociações nas quais Washington está indeciso e que parecem paralisadas devido à relutância de ambos os lados no conflito.
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