O Irã lançou cerca de 180 mísseis contra Israel na terça-feira, em resposta aos ataques fatais contra vários líderes de grupos terroristas pró-iranianos
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, reafirmou o apoio de seu país aos grupos terroristas, chamados por Teerã de "facções da resistência" palestinas e libanesas, em Doha nesta quinta-feira (3).
O sucessor de Ebrahim Raisi disse que Israel "não será capaz de eliminá-las", alertando que "a entidade sionista", como chamam o governo de Jerusalém, "será castigada em breve".
"Dadas as repetidas agressões da entidade sionista contra as facções da resistência, sou obrigado a indicar que aqueles que cometem crimes devem saber que essa árvore é frutífera e não pode ser cortada", disse Pezeshkian em um fórum no Catar.
Ele se referia, especificamente, ao recentes ataques israelenses contra redutos do Hezbollah em várias partes do Líbano, nos quais vários de seus comandantes, incluindo seu principal líder, Hassan Nasrallah, foram mortos.
"A injustiça não ficará impune e a entidade sionista, sem dúvida, será castigada em breve. Apoiaremos as facções de resistência até a libertação da Palestina e vemos isso como um dever. Defendemos firmemente a causa palestina", acrescentou o líder do regime iraniano na terceira edição do chamado Diálogo de Cooperação Asiática, que está sendo realizado no Catar com a participação do Irã e dos países árabes do Golfo Pérsico.
O Irã lançou cerca de 180 mísseis contra Israel na terça-feira, em resposta aos ataques fatais contra vários líderes de grupos terroristas pró-iranianos, incluindo Ismail Haniyeh, ex-líder do Hamas que foi morto em Teerã em julho.
Hezbollah e Hamas fazem parte do Eixo de Resistência, rede de influência regional liderada pelo Irã contra Israel, que também inclui os rebeldes houthis do Iêmen e vários grupos xiitas iraquianos.
As ameaças veladas do presidente iraniano surgem um dia depois dele afirmar, também em Doha, que seu país não quer guerra com Israel, mas se Jerusalém responder aos ataques de mísseis da terça-feira, "terá uma retaliação mais forte".
"Não buscamos guerra ou derramamento de sangue. É Israel que nos força a reagir. Se Israel nos atacar, responderemos com mais força e severidade", comentou Pezeshkian em entrevista coletiva concedida no Catar, nesta quarta-feira (2).
Israel segue operando no Líbano
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em português) informaram nesta quinta-feira que mataram cerca de 60 membros do Hezbollah em uma série de ataques aéreos no Líbano, incluindo um contra um edifício municipal na cidade de Bint Jbeil, no sul do país, que os militares israelenses alegaram ser usado para armazenar armas, e no qual morreram 15 integrantes do grupo xiita libanês.
Ao todo, as forças israelenses afirmaram ter atingido cerca de 200 alvos do Hezbollah em território libanês no último dia, incluindo infraestrutura militar, combatentes, depósitos de armas e pontos de observação.
Também detalharam que as aeronaves da força aérea conseguiram abater vários terroristas que atacaram as tropas no sul do Líbano, incluindo um incidente nesta manhã em que dois membros do Hezbollah dispararam contra soldados de uma das brigadas enviadas à área.
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