"Damos as boas-vindas a qualquer país árabe, islâmico ou do mundo se quiser nos apoiar", disse o clérigo
O novo líder do Hezbollah, Naim Qassem, afirmou nesta quarta-feira (30), em seu primeiro discurso como chefe da formação terrorista, que o grupo continuará com "o mesmo plano de guerra" contra Israel traçado pelo seu antecessor, Hassan Nasrallah, morto há pouco mais de um mês em um ataque do Exército israelense.
"A agenda de trabalho é a mesma de Hassan Nasrallah. Continuamos com o mesmo plano de guerra", disse Qassem em um discurso televisionado, no qual apareceu ao lado das bandeiras do Líbano, do Hezbollah e de uma foto emoldurada de seu antecessor.
O clérigo septuagenário declarou que Gaza, Líbano e outras partes do Oriente Médio enfrentam "uma guerra israelense, americana e europeia com todo o seu poder", ao mesmo tempo em que acusou Israel de cometer "genocídio" no enclave palestino e, agora, no território libanês.
"Sempre dissemos que não queremos a guerra, mas estamos preparados caso ela nos seja imposta e faremos isso com firmeza e triunfaremos, se Deus quiser", afirmou Qassem, que enfatizou os "únicos objetivos" do Hezbollah: "proteger o Líbano e apoiar a Palestina".
Da mesma forma, o novo líder da formação terrorista disse que o Hezbollah "pagou o preço pelas convicções de libertação", em referência às dezenas de mortes de dirigentes do grupo – entre eles Nasrallah – desde o início dos confrontos com Israel em 8 de outubro de 2023, um dia após a eclosão da guerra na Faixa de Gaza.
No entanto, insistiu na "necessidade" do grupo responder à "brutalidade" de Israel em Gaza e no Líbano.
"Mais de 43 mil mártires não comovem o mundo? 100 mil feridos não abalam o mundo? Nem o assassinato de crianças? Esta criminalidade deve ser enfrentada", justificou Qassem, referindo-se às mortes declaradas pelo Ministério da Saúde do enclave palestino, controlado pelo Hamas, desde o início da guerra há mais de um ano.
Por outro lado, o chefe do grupo xiita admitiu que o Irã "apoia" o Hezbollah, mas insistiu que a República Islâmica "não quer nada" em troca, apenas "a libertação da terra libanesa".
"Damos as boas-vindas a qualquer país árabe, islâmico ou do mundo se quiser nos apoiar. Não dizemos não a quem nos apoia no mundo, seja ocidental, árabe ou quem quer que seja. Não diremos não", disse o clérigo, que foi nomeado nesta terça-feira (29) como o novo secretário-geral da organização terrorista.
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