Washington e Seul decidiram "monitorar de perto" o relacionamento, pediram que os dois países "respeitem o direito internacional"
Estados Unidos e Coreia do Sul condenaram nesta sexta-feira (1º), nos "termos mais fortes", a cooperação militar entre Rússia e Coreia do Norte, que, segundo o governo americano, pode ter mobilizado milhares de militares para lutar na Ucrânia em um futuro próximo.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, o secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Cho Tae-yul, e o ministro da Defesa Nacional do país, Kim Yong-hyun, divulgaram uma declaração conjunta após uma reunião ministerial em Washington na quinta-feira (31).
"Os secretários e ministros condenaram com veemência o aprofundamento da cooperação militar entre a Coreia do Norte e a Rússia, incluindo a continuidade das transferências ilegais de armas e o envio de tropas norte-coreanas para a Rússia", afirmaram.
Ambos os países concordaram que essa aliança "não apenas constitui uma violação de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU, mas também prolonga o sofrimento do povo ucraniano e ameaça a estabilidade tanto no Indo-Pacífico quanto na Europa".
Washington e Seul decidiram "monitorar de perto" o relacionamento, pediram que os dois países "respeitem o direito internacional" e ameaçaram com possíveis sanções, anunciando que buscarão as medidas necessárias "para impedir novos comportamentos ilegais, imprudentes e desestabilizadores".
Durante a reunião, os dois países também condenaram o lançamento de um míssil balístico por Pyongyang e se comprometeram a "aumentar ainda mais a coordenação" para monitorar as atividades da Coreia do Norte.
De acordo com o chefe da diplomacia dos EUA, o regime de Kim Jong-un enviou 10 mil militares para a Rússia, dos quais cerca de 8 mil estão na região russa de Kursk, na fronteira com a Ucrânia, prontos para entrar em combate.
O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul também se reuniu com Phil Gordon, assessor de Segurança Nacional da vice-presidente dos EUA e candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris.
"Discutimos as recentes provocações da Coreia do Norte, incluindo seus laços preocupantes com a Rússia, o forte envolvimento dos Estados Unidos com a Coreia do Sul e o progresso em nossa histórica parceria trilateral com o Japão", disse Gordon.
O governo presidido por Joe Biden forjou um relacionamento mais próximo com Tóquio e Seul nos últimos anos, buscando uma frente comum diante da crescente influência da China na região Indo-Pacífico e dos lançamentos de mísseis balísticos da Coreia do Norte.
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