"Esta decisão histórica de estabelecer 22 novos assentamentos na Judeia e Samaria fortalece nosso controle sobre a área"
O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, anunciou nesta quinta-feira (29) que o governo israelense aprovou 22 novos assentamentos judaicos na Cisjordânia. Segundo informações da agência Reuters, Smotrich afirmou que eles serão estabelecidos no norte do território, sem especificar exatamente onde.
A imprensa de Israel informou que esses assentamentos seriam "postos avançados" já existentes que seriam legalizados e novos assentamentos a serem construídos.
"Esta decisão histórica de estabelecer 22 novos assentamentos na Judeia e Samaria [nome bíblico que o governo israelense usa para se referir à Cisjordânia] fortalece nosso controle sobre a área, consolida nosso direito histórico à Terra de Israel e constitui uma resposta firme ao terrorismo palestino que busca enfraquecer e prejudicar os assentamentos", disse o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, segundo informações da Agência EFE.
De acordo com a Associated Press, a ONG Peace Now afirmou que essa expansão dos assentamentos na Cisjordânia será a maior desde os Acordos de Oslo de 1993, que iniciaram negociações para o estabelecimento de dois Estados, hoje abandonadas.
Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse à Reuters que a expansão dos assentamentos judaicos acirrará o "ciclo de violência e instabilidade".
"Este governo israelense extremista está tentando por todos os meios impedir o estabelecimento de um Estado palestino independente", disse.
Hamish Falconer, ministro do Oriente Médio e Norte da África do Reino Unido, criticou a decisão de Israel em uma postagem no X. "A aprovação pelo governo israelense de 22 novos assentamentos na Cisjordânia ocupada é um obstáculo deliberado à criação de um Estado palestino", acusou.
"O Reino Unido condena essas ações. Os assentamentos são ilegais segundo o direito internacional, colocam ainda mais em risco a solução de dois Estados e não protegem Israel", acrescentou o ministro.
Este mês, os governos da França, do Reino Unido e do Canadá anunciaram que poderiam impor sanções a Israel caso expandisse os assentamentos na Cisjordânia.
Em julho do ano passado, a Corte Internacional de Justiça (CIJ), o principal tribunal das Nações Unidas, considerou que os assentamentos de Israel na Cisjordânia, bem como sua presença em Jerusalém Oriental, são ocupações ilegais em território palestino e devem ser interrompidas.
Israel criticou a decisão e manteve sua política de expansão dos assentamentos judaicos.
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