A declaração ocorre enquanto Israel mantém sua ofensiva militar contra o Hamas
O governo de Israel declarou neste domingo (18) estar aberto a um possível acordo com o Hamas que leve ao cessar-fogo na Faixa de Gaza, desde que sejam atendidas condições claras e inegociáveis: a retirada completa do grupo terrorista do território, o desarmamento das milícias islamistas e a libertação imediata de todos os reféns israelenses ainda mantidos em cativeiro.
A declaração ocorre enquanto Israel mantém sua ofensiva militar contra o Hamas, com o objetivo de restaurar a segurança nacional e proteger sua população civil após meses de ataques promovidos pelo grupo extremista. Segundo autoridades locais palestinas, desde a última quarta-feira (14) mais de 340 pessoas morreram em Gaza. Neste domingo, a Defesa Civil do enclave informou que 50 civis teriam sido mortos, incluindo 22 que estavam abrigados em tendas na região de Al Mawasi. Israel, por sua vez, reitera que seus alvos são militares, e acusa o Hamas de usar civis como escudo humano.
Negociações no Catar reúnem representantes dos dois lados para acordo de cessar-fogo em Gaza
O Gabinete do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a equipe de governo que está em Doha segue empenhada em explorar todas as possibilidades de um acordo, seja por meio do chamado "plano Witkoff" — em referência ao enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff — ou em outras propostas que visem ao cessar-fogo sem comprometer a segurança de Israel.
Segundo o governo israelense, qualquer entendimento deve incluir a libertação dos reféns, o exílio dos principais líderes do Hamas e o desmantelamento completo das estruturas militares no território.
Taher al-Nunu, alto funcionário da organização islâmica que controla a Faixa de Gaza desde 2007, afirmou no sábado (17) que as conversas mantidas em Doha teriam como objetivo principal encontrar uma saída para o atual conflito, "sem que nenhuma das partes tenha imposto exigências iniciais para abrir o diálogo".
Uma fonte próxima ao Hamas, envolvida nas negociações, declarou que há uma troca de posições entre as partes, com o objetivo de reduzir as diferenças e buscar pontos de convergência. Segundo essa fonte, o grupo extremista teria se mostrado com “grande flexibilidade” durante as discussões, embora até o momento não tenha se comprometido com a deposição das armas nem com sua saída do território palestino — exigências centrais para o governo de Benjamin Netanyahu.
Para o governo israelense, qualquer tentativa de acordo que não inclua a eliminação da presença militar e política do Hamas em Gaza representa uma rendição disfarçada e uma vitória simbólica do terrorismo. A prioridade de Jerusalém segue sendo o desmantelamento total da infraestrutura jihadista, com respaldo no direito de defesa nacional e no apoio de aliados estratégicos do Ocidente.
0 Comentários