O B-2 Spirit é o bombardeiro estratégico mais avançado já produzido pelos Estados Unidos e uma das aeronaves mais temidas do mundo
Construída sob 80 metros de rocha sólida de uma montanha na
cidade de Qom e protegida por defesas aéreas compradas da Rússia, Fordow é
neste momento o símbolo máximo da aposta do regime iraniano na sobrevivência de
seu programa nuclear, alvo dos ataques de Israel, em curso desde a última
sexta-feira (13) e, agora, dos EUA de Donald Trump, que nos últimos dias tem deixado
em aberto a possibilidade de atacar o país persa. A usina nuclear, que foi projetada para operar mesmo sob
ataque, foi mantida em segredo por anos pelo regime islâmico até ter sua
existência revelada em 2009 por potências ocidentais, que denunciaram a
construção do local como incompatível com fins pacíficos. Após o rompimento do acordo nuclear por parte dos EUA em
2018, agências internacionais de notícias citam que o Irã acelerou o
enriquecimento de urânio no local, elevando estoques e níveis de pureza para
patamares que atualmente permitem o país islâmico produzir até nove bombas
nucleares, de acordo com Israel. Para o governo israelense e seus aliados ocidentais, Fordow
representa o principal desafio militar do conflito em curso. Atualmente nenhuma
arma convencional em posse de Israel é capaz de atingir as câmaras subterrâneas
da usina que fica sob a montanha, protegidas por múltiplas camadas de concreto
e rocha. Os recentes ataques israelenses contra o programa nuclear do país
islâmico causaram danos em áreas periféricas e nas defesas aéreas russas de
Fordow, mas a estrutura central da usina permaneceu intacta, conforme anunciou
o regime dos aiatolás. Segundo especialistas, apenas a bomba americana GBU-57,
conhecida como Massive Ordnance Penetrator – "Penetrador de Munição Maciça" (MOP), foi projetada para penetrar defesas desse tipo — e somente o bombardeiro
furtivo B-2 Spirit, da Força Aérea dos EUA, pode transportá-la e lançá-la com
precisão contra Fordow. "Aeronave invisível" O B-2 Spirit é o bombardeiro estratégico mais avançado já
produzido pelos Estados Unidos e uma das aeronaves mais temidas do mundo.
Projetado ainda durante a Guerra Fria, ele foi desenvolvido com tecnologia "stealth" (furtiva), o que significa que seu formato especial e os materiais de
sua fuselagem tornam o avião praticamente invisível aos radares inimigos. Esse
design inovador permite que o B-2 atravesse defesas aéreas densas e alcance
alvos protegidos em qualquer lugar do planeta, sem ser detectado. Além de ser difícil de localizar, o B-2 tem uma autonomia
impressionante: pode voar mais de 11 mil quilômetros sem necessidade de
reabastecimento, cruzando continentes e oceanos em missões secretas. A aeronave
também opera em grande altitude, o que dificulta ainda mais sua interceptação
por sistemas antiaéreos convencionais. Outra característica do B-2 é sua capacidade de transportar
grandes cargas de armamentos pesados. Ele pode levar até 40 toneladas de
bombas, entre elas a GBU-57, e lançar ataques cirúrgicos contra alvos
estratégicos — como centros de comando, infraestruturas críticas e,
principalmente, instalações fortificadas como Fordow. O uso do B-2 Spirit representa, portanto, uma carta extrema
do arsenal dos Estados Unidos, que, de acordo com informações da mídia
americana, estuda a possibilidade de realizar um ataque contra Teerã. Nesta quarta-feira (18), ao ser questionado sobre o tema na
Casa Branca, o Presidente Donald Trump disse "pode ser que eu faça", em
referência ao possível ataque contra o regime dos aiatolás. A entrada dos EUA no confronto ao lado de Israel poderia
significar o fim do regime, bem como de seu programa nuclear, já que
provavelmente os americanos iriam mirar Fordow. Segundo publicações da Financial Times e do Wall Street Journal,
a movimentação de ativos militares norte-americanos para o Oriente Médio,
incluindo o deslocamento do porta-aviões USS Nimitz e contratorpedeiros pode
indicar preparação para uma possível ofensiva americana contra Teerã. Apesar de
já existirem planos de ataque aprovados por Trump, segundo indicou o pentágono
nesta quarta, a ordem final ainda não foi dada, principalmente porque ainda
pairam sobre o líder americana algumas dúvidas acerca da real eficácia da bomba
GBU-57 contra as defesas subterrâneas de Fordow. Irã atacou hospital em Israel, que segue mirando instalações
nucleares do regime Nesta quinta-feira (19), Israel bombardeou a instalação
nuclear de Arak, reforçando a estratégia de atingir pontos-chave do programa
atômico iraniano. O ataque fez parte de uma série de ofensivas que já atingiram
outras unidades nucleares localizadas em cidades como Natanz, Isfahan e
Bushehr, em curso desde a última sexta-feira (13). Segundo a Agência
Internacional de Energia Atômica, não houve vazamento radioativo em Arak. Horas após o bombardeio israelense contra Arak, um míssil
iraniano atingiu o hospital Soroka, em Beersheba, no sul de Israel, deixando 76
feridos, seis em estado grave. Graças aos protocolos de evacuação, a maioria
dos pacientes já estava em áreas protegidas no momento do impacto. Falando do hospital Soroka, o ministro da Defesa israelense,
Israel Katz, chamou o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, de "Hitler
moderno" e disse que ele "não deveria seguir existindo". "Estes são crimes de guerra da mais alta gravidade, e
Khamenei responderá por seus crimes", assegurou o ministro. Irã "quer destruir cada um de nós" Por sua vez, o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin
Netanyahu, declarou durante sua visita ao hospital Soroka, que o Irã "quer
destruir até o último" integrante da população israelense. Segundo Netanyahu, essa é a diferença entre o Irã e
"uma democracia que age dentro da lei para se proteger desses assassinos e
contra esses assassinos que querem destruir todos e cada um de nós". Netanyahu visitou o Soroka juntamente com o ministro da
Saúde, Uriel Buso, e o vice-ministro da pasta, Almog Cohen. "Estamos atacando alvos nucleares e de mísseis, e eles
estão atacando um hospital, onde as pessoas não conseguem nem se levantar e
fugir", acrescentou.
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