As prisões em massa foram relatadas em muitas províncias e afetam especialmente afegãos residentes no Irã
As autoridades do Irã prenderam 700 pessoas acusadas de espionar para Israel nos 12 dias de guerra, segundo informações da agência de notícias iraniana Fars, ligada à Guarda Revolucionária do Irã.
A agência publicou um relatório sobre a onda de detenções de pessoas acusadas de espionar ou de estar vinculadas aos serviços de espionagem israelenses (Mossad), entre as quais há ao menos dois europeus, e que qualificou de "mercenários israelenses".
"Os mercenários, que principalmente operavam no contexto de redes de espionagem e sabotagem, foram identificados e detidos com base em relatórios públicos e operações de inteligência", afirmou a agência.
Além disso, durante esses dias as autoridades realizaram operações em oficinas, alegando que ali eram fabricados drones supostamente usados por Israel para realizar ataques, e apreenderam veículos que transportavam explosivos e outros tipos de materiais.
A teocracia do Irã tem sido acusada de prender pessoas com dupla nacionalidade em especial, mas também de outros países, como medida de pressão ou para troca de prisioneiros com outras nações.
Isso tem sido denominado como a "diplomacia dos reféns" do Irã por outros países e organizações de direitos humanos.
A ONG Hrana, um grupo iraniano com sede nos Estados Unidos, disse que as forças de segurança iranianas detiveram, durante o período do conflito com Israel, ao menos 286 cidadãos por expressarem suas opiniões e outros 537 por acusações relacionadas à segurança, incluindo espionagem.
E, além disso, a ONG Iran Human Rights, com sede em Oslo, advertiu na semana passada que as autoridades iranianas haviam aumentado as medidas repressivas desde o início dos ataques de Israel e que dois "presos políticos", Ali Younesi e Hamid Kashani, foram transferidos sem aviso da prisão de Evin para um local desconhecido.
As prisões em massa foram relatadas em muitas províncias e afetam especialmente afegãos residentes no Irã, segundo esta ONG, que ressaltou que tanto o Parlamento iraniano quanto as instituições judiciais têm exigido sentenças mais duras nos casos relacionados a Israel e punições mais rápidas.
0 Comentários