Netanyahu diz que pedirá ao governo Trump que medie negociações de paz entre Israel e Síria

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Netanyahu vê uma oportunidade para a normalização das relações com a Síria, especialmente diante da disposição de al-Sharaa em estreitar laços com os Estados Unidos

O Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu ao governo Trump que atue como mediador nas negociações com o novo governo da Síria, segundo informou o site Axios.

De acordo com a reportagem, Netanyahu manifestou esse interesse durante uma reunião na semana passada com o enviado americano para a Síria, Tom Barrack.

O premiê busca alcançar um acordo de segurança revisado com Damasco, que leve, em última instância, a um acordo de paz completo. Isso marcaria o primeiro compromisso diplomático direto entre Israel e a Síria desde 2011.

A iniciativa de Israel ocorre após uma mudança na dinâmica regional com a derrubada do regime de Assad pelo líder islamista Ahmad al-Sharaa.

Israel respondeu anteriormente à instabilidade com amplas operações militares, atacando a capacidade aérea e de mísseis da Síria e garantindo território estratégico, incluindo posições no Monte Hermon.

Inicialmente, autoridades israelenses demonstraram preocupação com os laços de al-Sharaa com a Turquia e pediram a Washington que agisse com cautela.

No entanto, a recente reunião do Presidente Donald Trump com al-Sharaa na Arábia Saudita, seguida pelo fim das sanções dos EUA contra a Síria, levou Jerusalém a reavaliar sua postura.

As comunicações subsequentes entre representantes israelenses e sírios, que começaram por meio de intermediários, evoluíram para conversas diretas em países neutros.

Um alto funcionário israelense declarou ao Axios que al-Sharaa parece mais independente de Ancara do que se supunha e pode ser um parceiro confiável.

Durante a visita de Barrack a Israel, ele foi levado até a zona fronteiriça nas Colinas de Golã, onde as forças israelenses atualmente controlam antigas instalações militares sírias.

Um dos funcionários afirmou que Netanyahu vê uma oportunidade para a normalização das relações com a Síria, especialmente diante da disposição de al-Sharaa em estreitar laços com os Estados Unidos.

As negociações poderiam começar com um pacto de não agressão e avançar para um tratado de paz formal, com acordos de segurança baseados no acordo de retirada de 1974, ajustados à realidade atual.

Israel também busca garantias sobre questões-chave, como impedir o retorno de forças iranianas ou do Hezbollah à Síria, e excluir a presença militar da Turquia.

Em acordos futuros, Israel está considerando a inclusão de tropas americanas ao lado das forças existentes da ONU para realizar funções de monitoramento nas fronteiras.

O status das Colinas de Golã continua sendo um possível ponto de atrito, embora autoridades israelenses acreditem que a nova liderança síria possa ser mais flexível do que a anterior.

Desde então, Barrack informou o Presidente Trump e o secretário de Estado, Marco Rubio, sobre as conversas. Embora nem Barrack nem o Gabinete do Primeiro-Ministro tenham comentado a reportagem do Axios, um funcionário americano confirmou que as linhas vermelhas de Israel foram claramente apresentadas durante a visita do enviado.

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