EUA removem HTS da Síria da lista de organizações terroristas

A organização ligada ao presidente da Síria foi oficialmente removida da lista de organizações terroristas estrangeiras — uma medida com implicações políticas, jurídicas e econômicas

Os Estados Unidos anunciaram na segunda-feira que não consideram mais a organização Hayat Tahrir al-Sham (HTS) como uma organização terrorista.

O HTS é um grupo que já foi ligado à Al-Qaeda – uma organização terrorista – e em dezembro derrubou o governo na Síria.

"Em consulta com o Procurador-Geral e o Secretário do Tesouro, estou anunciando a remoção da Frente al-Nusrah, também conhecida como Hay'at Tahrir al-Sham, da lista de organizações terroristas", disse o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.

Uma coalizão armada, liderada pelo líder do grupo HTS, Ahmed al-Sharaa, derrubou o governo de Bashar al-Assad, então presidente, pondo fim ao regime brutal que durou meio século pela família Assad.

Sharaa se declarou presidente interino, uma decisão que foi bem recebida, mas não com muito entusiasmo, em Washington, na Europa e em outros lugares.

A decisão de Washington entrará em vigor na terça-feira e segue a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, na semana passada de suspender as sanções dos EUA contra a Síria.

Trump suspendeu outras sanções contra a Síria em maio, respondendo positivamente a um pedido da Arábia Saudita e da Turquia para ajudar o país devastado pela guerra a se reintegrar à economia global.

Os EUA também removeram Sharaa da lista negra depois que ele assumiu o poder.

O HTS, também conhecido como Frente al-Nusra, já foi afiliado à Al-Qaeda na Síria, mas cortou laços com o grupo jihadista em 2016 e tentou criar uma imagem pública diferente.

Em 2017, o HTS controlava grande parte do noroeste da Síria e havia estabelecido uma administração civil na área, em meio a acusações de abusos brutais contra aqueles que se opõem ao regime.

Em janeiro, após a queda do regime de Assad, as novas autoridades anunciaram a dissolução de todas as facções armadas e todas elas foram integradas às tropas estatais, assim como a nova força policial.