Possivelmente Netanyahu usará as próximas 48 horas para tentar reverter o quadro político atual e trazer de volta os ultraortodoxos
O partido ultraortodoxo Judaísmo Unido da Torá anunciou, na última segunda-feira (14), sua renúncia ao governo do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu em razão de discordâncias relacionadas ao projeto que isenta jovens religiosos do serviço militar.
Com a saída da sigla, o governo ficaria com apenas uma cadeira de maioria no Knesset (Parlamento israelense), isto é, 61 de 120.
O ministro de Assuntos de Jerusalém, Meir Porush, o vice-ministro da Cultura, Yaakov Tessler, e o chefe da Comissão de Trabalho e Bem-Estar da Knesset, Israel Eichler, todos líderes ultraortodoxos, apresentaram hoje suas cartas de renúncia. Caso não haja uma reversão do governo em relação ao projeto em disputa, a saída será oficializada dentro dos próximos dois dias.
O governo pode se complicar ainda mais se outro partido ultraortodoxo, o Shas, também deixar o governo. De acordo com o jornal israelense Times of Israel, membros da sigla - pelas mesmas razões - aguardam as renúncias do Judaísmo da Torá Unida entrarem em vigor para decidir se irão pelo mesmo caminho. Em caso positivo, Netanyahu perderia a maioria na Knesset.
Possivelmente Netanyahu usará as próximas 48 horas para tentar reverter o quadro político atual e trazer de volta os ultraortodoxos. O porta-voz do primeiro-ministro, Topaz Luk, afirmou não acreditar que a medida possa vir a alterar o equilíbrio de poder no gabinete de Netanyahu.
"Não estou preocupado. No momento em que o acordo certo estiver na mesa, o primeiro-ministro conseguirá aprová-lo. Tenho certeza disso", afirmou Luk à Rádio do Exército de Israel na segunda-feira.
A concretização da saída faria o governo ter que se aproximar de partidos de figuras carimbadas na política israelense, como ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, que se opõem radicalmente aos planos de Trump que sugerem uma trégua na guerra na Faixa de Gaza.
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