Zelenskyy nomeia nova primeira-ministra e planeja aumentar produção nacional de armas

Yuliia Svyrydenko, nomeada primeira-ministra da Ucrânia em 17 de julho de 2025, discursa no Parlamento ucraniano como vice-primeira-ministra e ministra da Economia, em Kiev, Ucrânia, em 8 de maio de 2025 (Vadym Sarakhan/AP Photo)

Zelenskyy também nomeou Olga Stefanishyna para ser a próxima embaixadora da Ucrânia em Washington

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy nomeou na quinta-feira (17) Yulia Svyrydenko como a nova primeira-ministra do país, a primeira nova chefe de governo desde a invasão russa em 2022.

A nomeação da ex-ministra da economia faz parte de uma ampla reforma ministerial que visa impulsionar a produção nacional de armas e revitalizar a economia.

Svyrydenko, 39, substitui Denys Shmyhal, que renunciou na terça-feira (15) após atuar no cargo desde 4 de março de 2020. Shmyhal permanecerá no Gabinete como ministro da Defesa, enquanto a Ucrânia busca aumentar a produção de armas.

Svyrydenko foi uma negociadora-chave em um acordo mineral com os Estados Unidos e representou Kiev em negociações de alto nível com parceiros ocidentais sobre recuperação econômica, reconstrução e defesa. Ela também desempenhou um papel de liderança nas negociações de 2022 com outros países para impor sanções à Rússia.

Em uma publicação no X, após sua nomeação, ela disse: "A guerra não deixa espaço para atrasos. Devemos agir com rapidez e decisão. Nossas prioridades para os primeiros seis meses são claras: fornecimento confiável para o exército, expansão da produção nacional de armas e fortalecimento tecnológico de nossas forças de defesa."

Zelenskyy também nomeou Olga Stefanishyna, ex-primeira-ministra para a Integração Europeia, como a próxima embaixadora da Ucrânia em Washington. Enquanto sua candidatura está em processo de aprovação, ela atuará como representante especial de Zelenskyy para o desenvolvimento da cooperação com os Estados Unidos.

Em uma publicação nas redes sociais na quinta-feira (17), o presidente ucraniano disse que, nessa função, Stefanishyna "trabalhará para manter o ritmo em nossas relações" com os Estados Unidos.

Em um discurso separado proferido no parlamento ucraniano na quinta-feira (17), o presidente disse que "mudanças no trabalho diplomático com a América são necessárias" antes dos novos acordos a serem feitos com os Estados Unidos.

De acordo com o site do presidente, as prioridades do novo governo incluirão aumentar a produção nacional de armas, flexibilizar regulamentações para apoiar o crescimento econômico e oferecer programas de apoio social.

Zelenskyy afirmou que a Ucrânia pretende aumentar a produção nacional de armas. Ele afirmou que 40% das armas que seu país utiliza são fabricadas na Ucrânia.

"Em seis meses, não deverá ser inferior a 50 por cento", disse ele ao parlamento.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, participa da sessão do parlamento em Kiev, Ucrânia, em 17 de julho de 2025 (AP Photo/Vadym Sarakhan)
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, participa da sessão do parlamento em Kiev, Ucrânia, em 17 de julho de 2025 (AP Photo/Vadym Sarakhan)

Ele acrescentou que autoridades governamentais, diplomatas e o Conselho Nacional de Segurança e Defesa estão trabalhando em novos acordos de cooperação em defesa com "parceiros importantes", para inaugurar uma era em que a Ucrânia se tornará "um dos principais doadores de segurança e fabricantes de armas do mundo".

Cidades ucranianas têm sido bombardeadas por drones e mísseis russos. A Ucrânia desenvolveu seus drones de longo alcance, que utiliza para atacar o interior da Rússia.

Transferências de armas

No início desta semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, apoiou um plano para que aliados europeus comprassem sistemas de defesa aérea Patriot dos EUA para a Ucrânia.

Na quinta-feira (17), o Comandante Supremo Aliado da OTAN na Europa, General Alexus Grynkewich, disse que estão sendo feitos arranjos para transferir as armas.

Grynkewich disse que não sabia quantos Patriots poderiam ser disponibilizados para Kiev, acrescentando: "Vamos agir o mais rápido possível".

Na quinta-feira (17), o embaixador dos EUA na OTAN, Matthew Whitaker, disse a repórteres em Bruxelas que não poderia dar um prazo para quando as nações europeias enviariam mais armas para Kiev, mas que os aliados estavam "agindo com pressa" para concluí-lo, indicando que o acordo seria um "movimento contínuo".

"O plano é que haverá equipamentos de defesa fabricados nos Estados Unidos, capacidades que serão vendidas aos nossos aliados europeus, que os fornecerão à Ucrânia", disse ele.

A Alemanha já forneceu à Ucrânia três sistemas Patriot. O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, também deve se reunir com seu homólogo britânico, John Healey, na segunda-feira (14) para discutir a proposta de Trump.

A Associated Press contribuiu para esta reportagem.

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