Enviado dos EUA visita Gaza enquanto Trump aumenta pressão sobre Israel

Visita do enviado da Casa Branca para o Oriente Médio a um posto de distribuição de ajuda na Faixa de Gaza ocorre um dia depois de Trump ter voltado a cobrar Israel (Foto: ERIC LEE/EFE/EPA)

A visita ocorre em um momento em que Trump, numa mudança de discurso, vem aumentando a cobrança sobre Israel a respeito da situação humanitária em Gaza


O enviado da Casa Branca para o Oriente Médio, Steve Witkoff, visitou um posto de distribuição de ajuda na Faixa de Gaza nesta sexta-feira (1º), um dia após o Presidente Donald Trump ter voltado a cobrar Israel sobre a situação humanitária no enclave.

Witkoff disse hoje que a intenção dos Estados Unidos é "elaborar um plano para entregar alimentos e ajuda médica à população" do território palestino.

"Hoje passamos mais de cinco horas em Gaza analisando os fatos no local, avaliando as condições e nos reunindo com a GHF (Fundação Humanitária para Gaza, na sigla em inglês) e outras agências. O objetivo da visita foi dar ao presidente uma compreensão clara da situação humanitária e ajudar a elaborar um plano para entregar alimentos e ajuda médica à população de Gaza", declarou Witkoff em mensagem no X.

Witkoff, acompanhado do embaixador americano Mike Huckabee, visitou na manhã desta sexta-feira um ponto de distribuição de alimentos da GHF, uma organização americana, em Rafah.

A visita ocorre em um momento em que Trump, numa mudança de discurso, vem aumentando a cobrança sobre Israel a respeito da situação humanitária em Gaza.

Na quinta-feira (31), em entrevista coletiva na Casa Branca, Trump foi perguntado se concordava com a opinião da deputada republicana Marjorie Taylor Greene, de que estaria ocorrendo "genocídio" em Gaza, e afirmou que Israel precisa melhorar o monitoramento da distribuição de ajuda no enclave.

"Ah, é terrível o que está acontecendo lá, sim", respondeu Trump. "É uma coisa terrível. As pessoas estão com muita fome. Sabe, os Estados Unidos doaram US$ 60 milhões para alimentos. E é uma pena, porque, sabe, eu não vejo os resultados disso. E nós demos para pessoas que, em teoria, estão monitorando de perto. Queremos que Israel monitore isso. Parte do problema é que o Hamas está roubando a comida."

Na segunda-feira (28), Trump já havia contestado uma declaração do seu aliado, o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e afirmado que existe uma crise de fome na Faixa de Gaza.

"É fome de verdade", disse Trump durante sua visita de quatro dias à Escócia. "Eu vejo, e não dá para fingir. Então, vamos nos envolver ainda mais."

Na ocasião, Trump já havia culpado principalmente o grupo terrorista Hamas pelo atraso na distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, mas também disse que Israel "tem muita responsabilidade" pela crise no enclave palestino.

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