Estrategista de Trump diz que Moraes é um 'aspirante a ditador' e uma ameaça à democracia ocidental

Não é a primeira vez que o estrategista de campanha eleitoral de Donald Trump, Jason Miller, critica Alexandre de Moraes. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil e Wikimedia Commons)

"Você é um idiota e uma ameaça à democracia em todo o Hemisfério Ocidental!"


O estrategista de campanha eleitoral do Presidente Donald Trump, Jason Miller, afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes é uma "ameaça à democracia em todo o Hemisfério Ocidental" e o definiu como "o Rei Louco".

A publicação veio em resposta à nota do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), indiciado pela Polícia Federal (PF), juntamente com seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por coação na ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.

"Alexandre de Moraes cometeu um grande erro aqui. Agora o mundo inteiro verá que Moraes é simplesmente um aspirante a ditador de terceira categoria, disposto a destruir a democracia e prejudicar o povo brasileiro em busca de poder pessoal", publicou Miller no X nesta quinta-feira (21).

Mais tarde, o estrategista de campanha eleitoral de Trump voltou às redes para criticar novamente o ministro.

"Você é um idiota e uma ameaça à democracia em todo o Hemisfério Ocidental! O juiz que se recusa a ceder à vontade de Trump: 'Faremos o que é certo'", diz, somando que compartilhará ao Presidente Donald Trump, a entrevista concedida por Moraes, na última segunda-feira (18), ao Washington Post, onde o magistrado desafiou as sanções impostas pelos EUA.

Esta não é a primeira vez que o estrategista eleitoral — que já foi detido no Brasil por ordem do próprio ministro— criticou o magistrado. No último dia 10 Jason Miller havia posto como objetivo lutar pela "liberdade do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro"(PL), que está em prisão domiciliar.

"Para deixar claro, não vou parar, não vou desistir, nunca vou desistir até que o presidente Jair Bolsonaro esteja livre", escreveu em seu perfil no X.

Ainda no último dia 10, Miller havia compartilhado a notícia, publicada pelo O Globo, de que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil estariam "apavorados" com a Lei Magnitsky — aplicada em Moraes no dia 30 de julho.

Somada a divulgação da notícia, ele escreveu "libertem Bolsonaro... ou então". A curta postagem foi encerrada com emoji de um alvo, indicando que os demais ministros estariam na mira da Lei Magnitsky.

Entrevista de Moraes ao Post

Nesta segunda, Moraes, além de desafiar as sanções impostas pelos EUA, reiterou na entrevista que seguirá conduzindo os processos contra Jair Bolsonaro e seus apoiadores, sem abrir espaço para recuos. "Não existe a menor possibilidade de recuar nem um milímetro", disse.

"Receberemos a acusação, analisaremos as provas, e quem tiver que ser condenado será condenado; quem tiver que ser absolvido será absolvido", afirmou.

Na entrevista, Moraes minimizou as restrições, disse estar atuando para "defender a democracia do Brasil" e que "não há como recuar do que devemos fazer. Digo isso com completa tranquilidade".

Segundo o Washington Post, Moraes, "empoderado pelo Supremo Tribunal Federal para investigar ameaças digitais, verbais e físicas contra a ordem democrática no Brasil, tornou-se uma autoridade nacional por conta própria, bem como uma figura única no cenário global: um xerife da democracia".

O jornal lembrou que Moraes suspendeu plataformas de redes sociais no Brasil – como o X, o que o levou a um embate contra Elon Musk, dono da plataforma, que chegou a chamá-lo de "Darth Vader do Brasil". A entrevista também citou que o ministro ordenou a prisão de parlamentares e o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), após os atos de 8 de janeiro de 2023.

Jason Miller foi detido por ordem de Moraes

Considerado o braço direito do presidente Trump, Jason Miller tem acompanhado a situação da política brasileira nos últimos anos e chegou a ser detido no Brasil, em 2021, por ordem de Moraes.

O empresário, que estava no aeroporto de Brasília na ocasião, foi conduzido para prestar depoimento à Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, o mesmo que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O estrategista de campanha de Donald Trump permaneceu em silêncio. Em seguida, teve o retorno aos Estados Unidos liberado.

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