Netanyahu diz que Alemanha recompensa o terrorismo ao suspender exportação de armas

O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, à direita, encontra-se com o então líder da oposição da Alemanha, hoje Chanceler Friedrich Merz, no Gabinete do Primeiro-Ministro em Jerusalém, em 12 de fevereiro de 2024. (Kobi Gideon / GPO)

A decisão é inédita para um governo alemão; 
Desde que assumiu em maio, Merz vem sofrendo pressão interna e externa para adotar medidas mais duras contra Israel

O Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou nesta sexta-feira (8) o governo da Alemanha de "recompensar o terrorismo do Hamas" após a decisão do chanceler alemão, Friedrich Merz, de suspender, por tempo indeterminado, as exportações de armamentos que possam ser usados por Israel na Faixa de Gaza.

"Em vez de apoiar a guerra justa de Israel contra o Hamas, que realizou o ataque mais horrível contra o povo judeu desde o Holocausto, a Alemanha recompensa o terrorismo do Hamas com seu embargo de armas a Israel", afirmou o gabinete do premiê em comunicado. Netanyahu disse ter conversado diretamente com Merz para expressar sua "decepção" com a decisão.

O pronunciamento foi divulgado horas depois de o gabinete de segurança israelense aprovar um plano militar para ocupar a Cidade de Gaza. "O objetivo de Israel não é tomar Gaza, mas libertá-la do Hamas e permitir que um governo pacífico se estabeleça lá", acrescentou a nota oficial.

Merz justificou a medida afirmando que o plano israelense não deixa claro como o país pretende alcançar seus objetivos militares, que incluem o desarmamento do Hamas, a libertação dos reféns e a rápida abertura de negociações para um cessar-fogo. "Nestas circunstâncias, o Governo Federal não aprovará, até novo aviso, qualquer exportação de material militar que possa ser utilizado na Faixa de Gaza", disse o chanceler.

A decisão é inédita para um governo alemão. Em 2024, Berlim havia suspendido informalmente parte das exportações militares para Israel, mas sem confirmação pública, e as vendas foram retomadas no segundo semestre.

Desde que assumiu em maio, Merz vem sofrendo pressão interna e externa para adotar medidas mais duras contra Israel. Embora inicialmente tenha rejeitado qualquer possibilidade de sanções, nas últimas semanas endureceu o discurso, alinhando-se aos esforços diplomáticos do grupo E3 – formado por Alemanha, França e Reino Unido – para forçar mudanças na condução da guerra em Gaza.

Israel mantém que sua operação no enclave é uma resposta legítima aos ataques terroristas do Hamas e tem como objetivo eliminar a capacidade do grupo de lançar novas ofensivas contra civis israelenses.

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