Netanyahu e Kushner discutem plano para Gaza

O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu (segundo da direita) e o ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer (à direita), reúnem-se com o principal conselheiro da Casa Branca, Jared Kushner (segundo da esquerda), e o conselheiro para assuntos dos EUA, Aryeh Lightstone (à esquerda), em Jerusalém, em 10 de novembro de 2025. (Haim Zach/GPO)

Enviado dos Estados Unidos, Steve Witkoff, deve participar das negociações com Israel; a Turquia afirmou estar mediando a questão dos reféns e dos terroristas presos em um túnel em Rafah; os Emirados Árabes Unidos provavelmente não enviarão tropas para Gaza

O Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se reuniu na manhã de segunda-feira, 10, em seu gabinete, com o principal conselheiro da Casa Branca, Jared Kushner, enquanto Washington e Jerusalém continuam a coordenar o cessar-fogo em Gaza e os esforços para recuperar os corpos dos reféns assassinados que ainda estão sob poder do Hamas.

Um porta-voz do governo israelense informou que Netanyahu e Kushner discutiram o desarmamento do Hamas, a desmilitarização de Gaza e a garantia de que o grupo não tenha um papel futuro no enclave — todos elementos centrais da segunda fase do plano de paz para Gaza do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, e Aryeh Lightstone, conselheiro sênior do enviado norte-americano para o Oriente Médio, Steve Witkoff, também participaram da reunião em Jerusalém com Kushner, que ocorreu antes da esperada visita de Witkoff a Israel, como parte dos esforços contínuos para avançar o plano de Trump.

A reunião entre autoridades israelenses e norte-americanas ocorreu enquanto continuam as discussões entre o governo Trump e Israel sobre como lidar com os 100 a 200 terroristas do Hamas que atualmente estão entrincheirados em túneis localizados em território controlado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF), sob a cidade de Rafah.

Witkoff afirmou na semana passada que Washington estava pressionando Israel a conceder passagem segura aos terroristas em troca de que os militantes entreguem suas armas.

Em resposta a uma pergunta sobre a pressão externa para que Israel permita essa passagem segura, a porta-voz do governo israelense disse nesta segunda-feira que não poderia fornecer atualizações sobre o assunto, acrescentando, porém, que as decisões sobre as políticas de Israel em Gaza estão sendo tomadas "em total colaboração com o Presidente Trump e sua equipe".

O enviado especial dos EUA, Steve Witkoff (à esquerda), e o principal conselheiro da Casa Branca, Jared Kushner, participam de um protesto na Praça dos Reféns em Tel Aviv, em 11 de outubro de 2025 | Chaim Goldberg/Flash90
O enviado especial dos EUA, Steve Witkoff (à esquerda), e o principal conselheiro da Casa Branca, Jared Kushner, participam de um protesto na Praça dos Reféns em Tel Aviv, em 11 de outubro de 2025 | Chaim Goldberg/Flash90

A Turquia afirmou estar pressionando o Hamas em relação aos reféns e buscando a libertação de terroristas

A chegada de Jared Kushner a Israel na noite de domingo coincidiu com a devolução do corpo do oficial das IDF Hadar Goldin, que estava em cativeiro do Hamas desde 2014 e foi libertado na primeira fase do plano de Gaza do Presidente Trump. Esse plano exige que o grupo terrorista devolva todos os reféns mantidos em Gaza em troca de uma retirada parcial das forças israelenses (IDF) e da libertação de quase 2.000 prisioneiros de segurança palestinos, além da entrega de 15 corpos de palestinos para cada corpo de refém devolvido.

Diversos relatórios indicaram que a devolução dos restos mortais de Goldin estaria ligada às negociações sobre a evacuação dos terroristas do Hamas presos em túneis, embora não haja comentários oficiais sobre o assunto até o momento.

De acordo com uma reportagem do Canal 12 de Israel, citando um alto funcionário turco no domingo à noite, Ancara ajudou a garantir a devolução do corpo de Goldin, ao mesmo tempo em que trabalha para garantir a evacuação segura dos terroristas do Hamas.

Em contraste aparente com a alegação do funcionário turco, outra reportagem do Canal 12, sem fonte identificada, afirmou que a Turquia teria instruído o Hamas a aguardar a libertação dos terroristas nos túneis em troca do corpo de Goldin, mas que Israel se recusou a aceitar tais condições.

Ainda no domingo, uma fonte palestina disse à emissora pública Kan que a Turquia, com apoio dos Estados Unidos, está exercendo a principal pressão sobre o Hamas para que liberte os corpos dos quatro reféns mortos restantes em Gaza.

De acordo com a fonte, o Hamas está enfrentando dificuldades para devolver alguns dos quatro corpos, o que os mediadores compreendem e aceitam estar fora do controle do grupo terrorista.

O Gabinete do Primeiro-Ministro não respondeu a um pedido de comentário feito pelo The Times of Israel sobre as informações.

Falando diante do Knesset nesta segunda-feira, Netanyahu declarou que Israel está determinado a fazer cumprir os acordos de cessar-fogo em Gaza e no Líbano "com punho de ferro". Ele acrescentou que Israel "está determinado a trazer de volta os quatro reféns assassinados que ainda estão em Gaza", atribuindo o retorno dos demais "à pressão diplomática dos Estados Unidos para isolar o Hamas", juntamente com os esforços militares israelenses.

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