O Primeiro-Ministro israelense insistiu que Jerusalém não busca confronto, mas sim estabilidade e paz
O Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alertou nesta segunda-feira para uma "resposta muito severa" caso o Irã tome alguma ação contra Israel, enfatizando que o Estado judeu "não está buscando confronto".
Falando em uma coletiva de imprensa conjunta em Jerusalém, ao lado dos líderes da Grécia e do Chipre, o premiê afirmou que Israel está ciente dos recentes "exercícios" iranianos, referindo-se a um teste de mísseis da Guarda Revolucionária Islâmica que, segundo o Axios, Jerusalém alertou ao governo Trump que poderia servir de cobertura para um ataque contra Israel.
"Estamos acompanhando isso e tomando as preparações necessárias", disse Netanyahu. "Quero deixar claro aqui para o Irã: qualquer ação contra Israel será respondida de forma muito severa."
Netanyahu falou após uma cúpula trilateral com o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis e o presidente cipriota Nikos Christodoulides.
Questionado se a República Islâmica estaria na pauta durante sua sexta reunião com o Presidente Donald Trump, marcada para 29 de dezembro na propriedade de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, Netanyahu afirmou que o tema será discutido, dizendo que "não estamos buscando confronto com ninguém… buscamos estabilidade, prosperidade e paz". O premiê acrescentou que houve "grandes conquistas" durante os 12 dias de guerra contra o Irã em junho, enfatizando que "nossas expectativas básicas em relação ao Irã não mudaram", posição que Washington compartilha, ou seja, "o nível de enriquecimento e outras atividades, o fim das guerras por procuração contra nós".
Huckabee: Irã não recebeu a mensagem completa de Trump
Em um vídeo exibido nesta terça-feira, o embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, respondeu aos relatos de que a República Islâmica está tentando reconstruir seus programas nuclear e de mísseis apenas seis meses após a operação conjunta israelo-americana, argumentando que as ações de Teerã representam uma ameaça para o mundo inteiro, não apenas para o Estado judeu.
"O Irã, eu não sei se algum dia levou ele [Trump] a sério, até a noite em que os bombardeiros B-2 foram para Fordow. Espero que eles tenham entendido o recado, mas aparentemente não entenderam completamente", disse Huckabee durante uma entrevista ao Instituto de Estudos de Segurança Nacional (INSS) na Embaixada dos EUA em Jerusalém. "Eles parecem estar tentando reconstruir e encontrar uma nova forma de cavar o buraco mais fundo, torná-lo mais seguro", acrescentou.
Huckabee ressaltou que o Irã ameaça não apenas Israel, mas também os Estados Unidos e a Europa, e alertou que, se os europeus não conseguirem compreender isso, "então eles são mais ingênuos do que às vezes penso que são". Ao mesmo tempo, ele disse estar satisfeito com o fato de que as sanções snapback foram recentemente reimpostas contra o regime em Teerã, chamando-as de "muito importantes" e afirmando que mais ações desse tipo "podem ajudar a sufocar a capacidade do Irã de fazer o que está tentando fazer".
Huckabee enfatizou que o regime iraniano "ameaça os Estados Unidos há 46 anos consecutivos" desde 1979, quando os aiatolás chegaram ao poder.
"Eles sempre disseram 'Morte a Israel, morte à América' na mesma frase. Isso nunca esteve separado. Israel é apenas o aperitivo, porque vocês estão mais perto e são um alvo mais fácil do que a vasta extensão geográfica que representa os Estados Unidos", disse Huckabee.
"Mas eles nunca esconderam que o verdadeiro prato principal, o objetivo final deles, é destruir os Estados Unidos, porque, se você quer destruir a civilização ocidental e levar o mundo de volta ao século VII e nos levar a um lugar que, graças a Deus, não existe mais, então você não pode fazer isso sem derrubar os Estados Unidos", continuou o diplomata. "E é por isso que eles têm dito, por todos esses 46 anos, 'Morte à América'".

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