Tony Blair não integrará 'Conselho de Paz' para Gaza proposto por Trump

O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair | Joe Klamar/AFP

Países árabes e muçulmanos teriam levantado fortes objeções à nomeação de Blair, apesar de ele ter sido o único candidato anunciado publicamente quando Trump revelou seu plano de 20 pontos

Tony Blair não fará parte do chamado "Conselho de Paz" idealizado pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, para supervisionar a administração de Gaza no pós-guerra, segundo múltiplas fontes familiarizadas com o assunto.

Segundo as informações, países árabes e muçulmanos levantaram fortes objeções à indicação de Blair, apesar de ele ter sido o único nome divulgado publicamente quando Trump apresentou seu plano de 20 pontos para resolver o conflito entre Israel e o Hamas.

Quando o plano foi anunciado, Trump elogiou Blair como "uma pessoa muito boa", e o ex-primeiro-ministro britânico expressou disposição para participar.

No entanto, o apoio duradouro de Blair à invasão do Iraque em 2003 deixou um estigma persistente no Oriente Médio, alimentando preocupações de que sua presença pudesse marginalizar as vozes palestinas na estrutura de governança proposta. Trump havia reconhecido essas sensibilidades em outubro, dizendo que queria garantir que Blair fosse "aceitável para todos".

Há mais de um ano, Blair tem participado do planejamento para Gaza através do Tony Blair Institute, desenvolvendo cenários e coordenando com figuras-chave dos Estados Unidos, incluindo Jared Kushner. Embora ele não vá integrar o conselho principal, que deverá ser composto por chefes de Estado em exercício, ele poderá integrar um comitê executivo menor, ao lado de Kushner, do conselheiro de Trump Steve Witkoff e de altos funcionários de países árabes e ocidentais.

Esse comitê executivo, que deverá ser liderado pelo ex-enviado da ONU e ex-ministro da Defesa da Bulgária, Nickolay Mladenov, coordenaria com um comitê tecnocrático palestino encarregado de supervisionar a administração diária de Gaza. O arranjo parece refletir as funções inicialmente imaginadas para Blair, atuando como uma ponte entre a supervisão internacional e a governança local.

Apesar desses avanços, grande parte da estrutura para o pós-guerra ainda não está definida. N
enhum país se comprometeu formalmente com a força internacional de estabilização prevista no plano de Trump, deixando indefinidos seu mandato, tamanho e estrutura de comando. Enquanto isso, a complicada questão do desarmamento do Hamas permanece sem solução, já que o grupo continua resistindo à rendição exigida no acordo de cessar-fogo proposto por Trump.

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