Principais figuras palestinas denunciam Abbas por comentários sobre o Holocausto

Os signatários da carta incluem figuras notáveis como a congressista norte-americana Rashida Tlaib, o historiador Rashid Khalidi e a acadêmica jurídica Noura Erakat

Mais de 200 figuras públicas palestinas criticaram fortemente o líder da Autoridade Palestiniana, Mohammad Abbas, pelas suas recentes observações sobre o Holocausto, nas quais sugeriu que os judeus foram alvos durante o Holocausto por causa do seu "papel social" e não da sua religião.

A condenação surge após a divulgação de um vídeo na semana passada, no qual Abbas fez comentários controversos durante um discurso com líderes de seu partido, o Fatah, em Ramallah, a sede da Autoridade Palestina.

As figuras públicas manifestaram seu forte desacordo com as declarações de Abbas em uma carta publicada no domingo (10).

Os signatários da carta incluem figuras notáveis como a congressista norte-americana Rashida Tlaib, o historiador Rashid Khalidi e a jurista Noura Erakat. Em sua carta, eles rejeitam enfaticamente qualquer tentativa de minimizar, distorcer ou justificar o antissemitismo, as atrocidades nazistas ou o revisionismo histórico relacionado ao Holocausto.

A União Europeia, a Alemanha e Israel condenaram prontamente as declarações de Abbas depois que o vídeo veio à tona. No entanto, o Fatah, o partido político ao qual Abbas pertence, defendeu seu líder, referindo-se à carta das personalidades públicas palestinas como uma "declaração vergonhosa".

O Conselho Nacional Palestino, que faz parte da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), também criticou a carta, caracterizando-a como "terrorismo político e intelectual contra nosso povo".

Abbas, que tem 87 anos, fez comentários controversos semelhantes sobre o Holocausto no passado. No ano passado, durante uma visita oficial à Alemanha, Abbas acusou Israel de cometer "50 Holocaustos" contra o povo palestino, desencadeando uma tempestade diplomática contra ele.

Ele está no cargo há mais de 18 anos e, em 2021, responsabilizou Israel pelo adiamento indefinido das eleições na Autoridade Palestina.

*Com informções do i24NEWS