Os graves distúrbios ocorridos em Dublin "envergonharam" o país e advertiu que há mais protestos planejados através das redes sociais para este fim de semana
Ao todo, 34 pessoas foram detidas em Dublin após os distúrbios provocados por uma multidão na noite de quinta-feira (23), depois que quatro pessoas, três delas menores de idade, foram esfaqueadas, informou a Guarda (polícia irlandesa) nesta sexta-feira (24).
O comissário da Garda, Drew Harris, detalhou que um policial ficou gravemente ferido e "muitos outros membros foram feridos" pelo vandalismo.
O esfaqueamento de quinta-feira, que deixou uma menina de cinco anos em estado grave, foi seguido por uma manifestação no final da tarde por grupos anti-imigração ao redor do local do incidente, no norte da capital.
Segundo o oficial da Garda, 13 lojas foram seriamente danificadas ou saqueadas e 11 veículos da polícia foram danificados durante os distúrbios.
A violência começou após o ataque do lado de fora de uma escola em Parnell Square East, no norte da cidade. Alguns manifestantes lançaram foguetes e fogos de artifício e outros jogaram cadeiras e bancos retirados de bares e restaurantes.
Esses protestos forçaram o fechamento de várias ruas, enquanto os serviços públicos de ônibus, trens e bondes também suspenderam algumas rotas.
O presidente da Irlanda, Michael D. Higgins, expressou sua preocupação com as vítimas dos "horríveis" esfaqueamentos múltiplos, ao mesmo tempo em que elogiou o policiamento durante os tumultos.
Das quatro pessoas esfaqueadas ontem, além do ferimento grave em uma menina de cinco anos, uma mulher de 30 anos, funcionária de uma escola, está sendo tratada por "ferimentos graves", mas os outros dois menores de idade estão fora de perigo.
A polícia irlandesa prendeu o suposto agressor da mulher, que também foi esfaqueado ao ser rendido por transeuntes, e, embora ainda não tenha fornecido informações sobre sua identidade ou o motivo do ataque, sabe-se que ele não nasceu no país, mas tem passaporte irlandês.
O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, declarou nesta sexta-feira (24) que os graves distúrbios ocorridos em Dublin "envergonharam" o país e advertiu que há mais protestos planejados através das redes sociais para este fim de semana.
Varadkar falou sobre "os dois terríveis" eventos que abalaram a capital na quinta-feira, referindo-se ao esfaqueamento de "crianças inocentes" e ao "ataque à sociedade" por cerca de 500 "criminosos" no coração do centro da cidade.
"Como primeiro-ministro, quero dizer a uma nação que está inquieta e assustada que isso não nos representa", disse o líder irlandês, que elogiou a resposta de cidadãos de "diferentes nacionalidades" para derrubar o agressor, os quais descreveu como "verdadeiros heróis da Irlanda".
"Ontem, alguns decidiram que a melhor maneira de responder a esse terrível acontecimento era sair às ruas de Dublin para aterrorizar, intimidar, saquear e destruir", lamentou Varadkar, que é de origem indiana.
O chefe do governo irlandês considerou que os distúrbios, "os piores em décadas", foram um "evento excepcional" e disse que a Garda reforçará sua presença nas ruas nos próximos dias para evitar novos distúrbios.
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