Terroristas exigem retirada permanente das tropas israelenses de Gaza para a devolução dos reféns
Depois de semanas de estagnação nas conversas, desde o fim do cessar-fogo temporário em 1º de dezembro, mediadores do Catar teriam informado Israel de que o Hamas "concorda em princípio" em retomar as negociações. Mas há um impasse gerando tensão nos bastidores: trégua ou fim da guerra.
Conforme informou o portal de notícias Walla, o governo de Benjamin Netanyahu estaria respondendo com cautela à mensagem do Hamas enviada pelo Catar. Israel enfatizou que "logo ficará claro se o grupo está realmente sério". O site citou três autoridades israelenses.
Apesar da sinalização de algum progresso por parte do mediador Catar, a mídia hebraica afirma que um alto funcionário do Hamas teria ido a publico para diminuir o otimismo sobre um possível novo acordo. O terrorista teria afirmado que o grupo só tem interesse em um cessar-fogo permanente.
Israel propõe trégua de até um mês
Segundo o Walla, as negociações estão centradas em uma proposta apresentada pelo chefe do Mossad, o principal serviço de inteligência estrangeira de Israel, David Barnea.
Nessa proposta, o Hamas libertaria cerca de 40 reféns, incluindo mulheres que ainda estão mantidas em cativeiro, homens com mais de 60 anos e aqueles com problemas médicos graves. Em troca, Israel interromperia as operações militares em Gaza por até um mês e libertaria um número de prisioneiros palestinos acusados de atos terroristas.
Outro oficial das (IDF), afirmou que o governo israelense ainda não teria recebido uma oferta concreta do Catar e estaria aguardando mais detalhes. "As lacunas ainda são grandes", disse.
Uma reportagem do Canal 12 de Israel afirmou que um dos principais pontos de impasse nas negociações tem sido a duração do cessar-fogo. O governo israelense considera "inaceitável" qualquer proposta de retirada total das tropas da Faixa de Gaza.
De acordo com a emissora pública hebraica, Kan, Barnea teria dito aos ministros em reunião no gabinete de guerra em Jerusalém que "o preço que Israel teria que pagar em termos de duração do cessar-fogo e libertação de prisioneiros seria muito mais alto desta vez".
Hamas acusa Israel de divulgar informações falsas
Em entrevista à emissora árabe Al Jazeera, o comandante sênior do Hamas, Osama Hamdan, disse que o grupo avisou aos mediadores que "a prioridade é um cessar-fogo permanente" e que, atualmente "não há conversa sobre a libertação de reféns antes que os combates cessem".
O terrorista acusou Israel de vazar informações falsas para resistir à crescente pressão doméstica em relação aos reféns.
Estima-se que 136 pessoas ainda estejam em poder dos terroristas em Gaza: 119 homens, 17 mulheres e crianças. Eles foram sequestrados durante o massacre protagonizado pelo Hamas em 7 de outubro, em Israel.
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