Um ataque terrorista envolvendo ao menos dois suspeitos palestinos resultou na morte de uma mulher de 79 anos e deixou outras 17 pessoas feridas, incluindo um brasileiro, que foi atropelado durante os atos de extremismo, na cidade de Ra'anana, região metropolitana de Israel. Os criminosos realizaram atentados com faca e veículos, usados para atropelar civis.
Os terroristas foram identificados como Mahmoud Zidat, de 44 anos, residente da cidade de Hebron, na Cisjordânia, e Ahmed Zidat, de 25 anos, apontado pelas autoridades como parente do primeiro envolvido. Segundo a imprensa israelense, ele estava no carro com Zidat durante o ataque, vindo a fugir do local posteriormente, antes de ser detido.
Segundo investigações preliminares da polícia, o primeiro suspeito teria esfaqueado uma mulher durante o roubo de seu veículo e assumido o controle do carro para iniciar os atropelamentos pela cidade. Ele atropelou diversas pessoas na rua Ahuza, uma das principais da pequena cidade, com aproximadamente 80 mil habitantes. O suspeito perdeu o controle do carro, saiu do veículo e entrou em outro para seguir com suas ações terroristas, agora na rua Haroshet.
Em um dos atos, Zidat atingiu um ponto de ônibus, onde estavam três brasileiros. Um deles foi atropelado e precisou passar por uma cirurgia no braço, segundo relatou um conhecido da família que mora em Ra'anana, o empresário brasileiro Nilton Migdal. "Um amigo do meu filho foi atropelado por um dos terroristas e quebrou o braço, precisando passar por uma cirurgia de "alinhamento". Ele está bem, teve o braço engessado, tirou alguns raios X e parece que os médicos aguardam para decidir como será a operação", disse.
A família da vítima foi contactada, mas ainda não há informações atualizadas sobre o estado de saúde do brasileiro.
Segundo Nilton, a cidade já tem voltado à normalidade após a neutralização dos terroristas. Esse foi o primeiro registro de um atentado desse porte na cidade, localizada a pouco mais de 20 quilômetros de Tel Aviv, desde o início da guerra.
O empresário relata como foram os primeiros momentos de terror em meio aos ataques nas principais ruas de Ra'anana. "Havia acabado de voltar para casa, depois de levar equipamentos de segurança e donativos para soldados, em uma comunidade brasileira da qual faço parte aqui, quando minha esposa me contou sobre uma movimentação estranha na cidade. Ligamos a televisão e vimos três ou quatro atentados ao mesmo tempo acontecendo em Ra'anana. Começamos a ligar para parentes e amigos, perguntando se estavam seguros. É uma cidade muito pacata, de 80 mil habitantes, um conhece o outro, realmente foi uma comoção", afirmou.
Os ataques começaram por volta das 13h30 (horário local de Israel, 8h30 no Brasil), segundo Nilton. "Horário em que as crianças estão saindo das escolas. Os dois sequestraram uma mulher, roubaram seu carro, esfaquearam e atropelaram outras vítimas, entre elas um garoto de 16 anos, que está entre as vítimas em estado grave. Depois, os dois se separaram, um deles foi pego em frente a uma escola e o outro tentou fugir, mas também foi detido", afirmou.
Durante os ataques, o governo municipal e a polícia instruíram a população a não sair de casa, no entanto, segundo o empresário, 24 horas após o ocorrido, "a vida segue com certa tranquilidade" na cidade. "Depois das prisões, minha filha já foi para escola hoje, há mais policiais nas ruas, soldados armados que atuam desde o início da guerra, o que ajuda a trazer mais segurança à Ra'anana e outras cidades de Israel, a neutralização dos criminosos é muito mais ágil. Infelizmente, acostumamos com essas situações", disse.
Segundo o empresário, essa foi a primeira vez que ocorre um caso desse tipo na cidade, desde que ele chegou com a família, há oito anos. "Na época em que cheguei, começou uma onda de ataques a facas, esse ano já foram três registros, desde então não teve nenhum outro parecido, a cidade é pacata. Estamos acostumados a ver mais atentados em Jerusalém e Tel Aviv".
Nilton faz parte de uma comunidade brasileira em Ra'anana que tem contribuído com o levantamento de donativos para soldados envolvidos com a guerra contra o Hamas. "Começamos a campanha dias após o início da guerra e isso foi ganhando novas proporções. Pedimos donativos para o governo do Brasil, a comunidades judaicas, começamos a atender diversos soldados e pessoas deslocadas com o conflito, que somam mais de 300 mil", contou.
A cidade de Ra'anana é o lar de muitos brasileiros, que se mudaram para Israel principalmente durante o governo Dilma. Segundo Nilton, um grupo criou uma comunidade brasileira local que deu origem a uma sinagoga, a qual ele pertence.
*Com informações da Gazeta do Povo
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