Relógio do Juízo Final alerta: estamos mais próximos do fim pelo segundo ano seguido

Imagem: Vitória Gomez (gerada com IA)/Olhar Digital

Relógio do Juízo Final mede tensões e ameaças globais a cada início de ano – e 2024 não melhorou em relação a 2023

O Relógio do Juízo Final, dispositivo simbólico que representa o quão próximo estamos do fim da humanidade, está em seu estado mais alarmante pelo segundo ano seguido. Quanto mais perto da meia-noite os ponteiros se aproximam, mais o estado atual é preocupante. Os números são atualizados a cada início de ano e, atualmente, marcam 90 segundos para meia-noite, assim como em 2023 – um recorde alarmante.

Relógio do Juízo Final

O Relógio do Juízo Final é um dispositivo simbólico criado no início da Guerra Fria pela revista Bulletin of Atomic Scientists. Ela mede o quão próximo da aniquilação da humanidade estamos: quanto mais perto da meia-noite, maior a chance de um apocalipse.

Quando foi criado, em 1947, a ameaça era o desenvolvimento da bomba atômica e, na época, o Relógio marcava sete minutos para meia-noite. Os ponteiros são resetados a cada início de ano e posicionados de acordo com os acontecimentos mundiais, podendo regredir (em caso de melhora) ou avançar.

Em novembro de 2023, o ponteiro avançou e chegou à marca de 90 segundos para meia-noite pela primeira vez na história. Mesmo com o reajuste no início de 2024, os ponteiros permaneceram no mesmo lugar.

Foto: Reprodução/Bulletin of the Atomic Scientists
Foto: Reprodução/Bulletin of the Atomic Scientists


Quais os motivos para o fim

Em 2023, a posição do Relógio do Juízo Final dependia de uma série de situações perigosas, como:

  • A Guerra na Ucrânia e o potencial do conflito escalar para o uso de armas nucleares;

  • Aumento das tensões entre Estados Unidos e Rússia, com o enfraquecimento de tratados bilaterais para regular o desenvolvimento e testes de armas nucleares;

  • O avanço das mudanças climáticas, com 2023 sendo o ano mais quente já registrado.

Já em 2024, todos os motivos se mantém. E há outros, como anunciado em comunicado pela revista responsável pelo Relógio:

  • A falta de compromisso em frear as mudanças climáticas acentuadas em 2023;

  • A ausência de medidas para se preparar para uma próxima pandemia global;

  • O terceiro ano de guerra entre Ucrânia e Rússia, sem previsão de terminar;

  • A crise humanitária causada pela invasão de Israel à Faixa de Gaza, na Palestina, seguindo os ataques do Hamas. São mais de 25 mil civis palestinos mortos em pouco mais de três meses, com o conflito tendo a maior taxa de mortalidade em comparação com qualquer outro do século XXI;

  • Deterioração dos acordos para reduzir armas nucleares e ameaça das armas biológicas;

  • Propagação contínua de desinformação na internet;

  • Desenvolvimento desregulado de tecnologias cibernéticas.


    Foto: Malcolm Leman/Shutterstock
    Foto: Malcolm Leman/Shutterstock


O que dizem os especialistas sobre o Relógio do Juízo Final

Todo início de ano, os especialistas da revista analisam as ameaças humanas que poderiam levar a humanidade à extinção. O reajuste não fez os ponteiros regredirem em 2024.

Segundo
Rachel Bronson, PhD, presidente e CEO do Bulletin, o fato de nada ter mudado não significa que o mundo está estável. Muito pelo contrário. Para ela, é urgente que os governos mundiais ajam para frear a deterioração da humanidade.

Bill Nye
, que participou no anúncio dos ponteiros em 2024, afirmou que os perigos são conhecidos há décadas e que é necessário gerir melhor as tecnologias que criamos se quisermos sobreviver a uma catástrofe.

Em ocasiões anteriores, o Relógio do Juízo Final já regrediu. Em 1947, após a bomba atômica, estava em 23h53 (sete minutos para meia-noite). Em 1991, com o alívio das tensões entre EUA e então União Soviética, reunificação da Alemanha e a assinatura do Tratado de Redução de Armas Estratégicas, foi para 23h43 (17 minutos para meia-noite).

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