Mauro Vieira também reiterou o apoio do Brasil para a Autoridade Palestina ser admitida como membro da Organização das Nações Unidas (ONU)
O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, faz visita à Cisjordânia, território da Palestina, em meio à crise diplomática entre o governo brasileiro e Israel. Neste domingo (17), Vieira se reuniu com o chanceler da Autoridade Palestina (AP), Riad Malki. No encontro, Malki destacou o "papel corajoso do presidente Lula em defesa da Autoridade Palestina e dos palestinos", conforme informou o Itamaraty.
Além da Cisjordânia, o chanceler brasileiro fará visitas a outras três regiões do Oriente Médio: Jordânia, Líbano e Arábia Saudita — Israel não foi incluído no roteiro. Vieira desembarcou na Cisjordânia neste domingo e sua primeira agenda na região foi com Malki. No encontro, o chanceler descreveu "a extrema gravidade da situação humanitária em Gaza" e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostrou "liderança, coragem, compromisso e humanismo ao longo da atual crise em Gaza".
Há dois territórios palestinos na região do Oriente Médio: a Cisjordânia (situada no vale do rio Jordão) e a Faixa de Gaza (localizada na costa oriental do Mar Mediterrâneo). Enquanto na Cisjordânia quem governa é a AP, o grupo terrorista Hamas tomou o poder na Faixa de Gaza. Foram os terroristas, inclusive, que deram início à guerra contra Israel na região.
A visita de Mauro Vieira à Cisjordânia acontece no momento em que as negociações para um cessar-fogo entre Israel e Hamas ganham novos desdobramentos. Mas acontece, sobretudo, diante a crise diplomática entre Brasil e Israel. Desde o início do conflito, Lula fez críticas à contraofensiva israelense sobre Hamas na Faixa de Gaza e chegou a acusar o país de cometer genocídio contra a população palestina que vive na região.
Mais recentemente, o mandatário brasileiro chegou a comparar as ações de Israel ao holocausto cometido por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. Diante o comentário, o governo de Israel classificou Lula persona non grata para o país até que ele se desculpasse pela afirmação. O petista, contudo, não vai voltar atrás. Desde então, os dois países enfrentam um clima de tensão.
Nesta semana, Mauro Vieira chegou a dizer que o Brasil vai manter o posicionamento "firme" e que o relacionamento diplomático deve "sobreviver". Na agenda pelo Oriente Médio, o Itamaraty informou ainda que o chanceler vai discutir "questões regionais de relevância e interesse mútuo, em particular o conflito e a aguda crise humanitária que atingem a Faixa de Gaza e sua população, bem como as perspectivas para estabelecimento de um cessar-fogo e eventual retomada de negociações voltadas a alcançar paz duradoura para o Oriente Médio".
Mauro Vieira também reiterou o apoio do Brasil para a AP ser admitida como membro da Organização das Nações Unidas (ONU). O chanceler visitou o Escritório de Representação do Brasil em Ramala e, acompanhado pelo embaixador Alessandro Candeias, reuniu-se com Fatima Rashid Hamayel, presidente do Conselho de Cidadãos Brasileiros na AP, e com Jamila Abed, que também integra o Conselho.
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