"Não temos intenções agressivas em relação a estes Estados", disse Putin
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou nesta quinta-feira (4), data em que se comemora os 75 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que as partes estão agora em um "confronto direto".
Segundo o representante do governo russo, a aliança militar "já estava envolvida no conflito em torno da Ucrânia e continua a se mover em direção às fronteiras com a Rússia, expandindo sua infraestrutura", situação que derrubou as relações entre os lados "para o nível de confronto direto", segundo as palavras de Peskov.
No mês passado, dois anos após o início do conflito no leste europeu, o Kremlin admitiu que está em guerra com Kiev. Até aquele momento, o país invasor se referia ao conflito como uma "operação militar especial", contudo "quando o Ocidente interveio do lado da Ucrânia, para nós isto tornou-se uma guerra", disse o porta-voz.
Em sua defesa, o Ocidente afirma que a OTAN tem um caráter defensivo e está ajudando a Ucrânia com armas avançadas e treinamento nesse sentido, diante da invasão russa no território vizinhos e a ameaça aos civis.
Na semana passada, o ditador Vladimir Putin negou que seu país tenha intenção de atacar países da organização, mas afirmou que Moscou pode atacar caças F-16 em bases caso o objetivo seja usá-los contra os russos na guerra do leste europeu.
"Não temos intenções agressivas em relação a estes Estados", disse Putin. "A ideia de que atacaremos outro país – a Polônia, os Estados bálticos, e os tchecos também estão com medo – é um completo disparate. É apenas uma baboseira", afirmou na ocasião.
Em janeiro, os países integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte iniciaram a maior série de exercícios militares desde a Guerra Fria, com mais de 90 mil soldados. O treinamento foi anunciado com meses de duração pelo comandante-geral da organização na Europa, o general Christopher Cavoli.
A operação, apelidada de Steadfast Defender 24 (Defensor Firme 24, em tradução livre), já foi realizada em outros anos, mas retorna num momento em que a guerra da Rússia contra Kiev ganha novas proporções, com a intensificação dos ataques de Moscou contra grandes cidades ucranianas.
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