Netanyahu promete 'guerra intensa' caso Hezbollah viole trégua

O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu discursa em uma declaração em vídeo sobre o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, em 26 de novembro de 2024 |Captura de tela/GPO

O acordo, mediado pelos EUA e pela França, inclui um cessar-fogo inicial de dois meses


O Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçou nesta quinta-feira (28) voltar à guerra aberta contra o Hezbollah no Líbano, menos de 48 horas após o início da trégua, se o grupo terrorista pró-iraniano violar amplamente as condições do cessar-fogo.

"Se houver uma violação grave do acordo, não vamos operar apenas cirurgicamente, como estamos fazendo agora. Se houver uma violação grave do acordo, ordenei que as Forças de Defesa de Israel se preparem para uma guerra intensa", disse Netanyahu em uma entrevista ao Canal 14.

Na entrevista, Netanyahu enfatizou que o cessar-fogo no Líbano "pode ser curto" e que Israel "o aplicou em seu primeiro dia", de acordo com o jornal The Times of Israel.

O acordo afirma que "esses compromissos não impedem que Israel ou o Líbano exerçam seu direito inerente de autodefesa, de acordo com o direito internacional".

Netanyahu disse na noite de terça-feira, ao anunciar o acordo, que Israel "manteria total liberdade de ação militar" no Líbano "com a total compreensão dos Estados Unidos". As autoridades libanesas disseram que se opõem a qualquer violação de sua soberania.

Os moradores do norte "retornarão em etapas, quando sentirem que o que eu digo é verdade", previu o premiê, de acordo com a imprensa israelense, sobre os 60 mil deslocados no norte, muitos deles críticos em relação ao cessar-fogo.

O segundo dia da trégua foi marcado pela discordância entre as partes sobre o direito de Israel de atacar o Hezbollah se acreditar que os combatentes violaram o acordo, algo que Netanyahu diz ser um pré-requisito, mas que as autoridades libanesas e do Hezbollah rejeitam.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, pediu nesta quinta-feira, em uma ligação com o presidente francês, Emmanuel Macron, que a comunidade internacional aumente a pressão sobre Israel, que, segundo ele, violou o acordo ao realizar ataques aéreos e ataques com várias armas no território libanês.

Por sua vez, Israel acusou o Hezbollah de violar os termos do acordo e confirmou ter atacado dois supostos combatentes dentro de um prédio "usado para disparar dezenas de projéteis contra Israel no mês passado", além de outros ataques aéreos contra armas no sul do Líbano.

O acordo, mediado pelos EUA e pela França, inclui um cessar-fogo inicial de dois meses, durante o qual o Hezbollah se retirará ao norte do rio Litani e as forças israelenses deixarão o Líbano para dar lugar às tropas libanesas e às forças de paz da ONU ao longo da fronteira.

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