Em meio a rusgas com EUA, Zelensky receberá representante da Casa Branca na quinta-feira

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em visita aos Emirados Árabes Unidos nesta segunda-feira (17) (Foto: EFE/EPA/Serviço de Imprensa da Presidência da Ucrânia)

Zelensky
 irá ao país árabe no dia seguinte


O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta segunda-feira (17) nos Emirados Árabes que o representante especial da Casa Branca para a guerra entre Rússia e Ucrânia, Keith Kellogg, deve chegar ao território ucraniano na quinta-feira (20) para continuar impulsionando as negociações de paz promovidas pelo presidente Donald Trump.

"Estamos esperando por Kellogg. Concordamos que ele virá no dia 20. Ele ficará por dois dias, talvez um pouco mais", disse Zelensky em entrevista coletiva por videoconferência, segundo a publicação ucraniana Interfax.

Zelensky explicou que quer que Kellogg, um general aposentado que serviu na guerra do Vietnã, visite a linha de frente com ele e disse estar confiante de que ele aceitará.

O presidente ucraniano também expressou seu desejo de que Kellogg se reúna com o chefe do Exército da Ucrânia, Oleksandr Syrskyi, para que ele possa explicar em primeira mão a situação na linha de frente e a importância de os ucranianos receberem garantias sólidas de segurança para evitar novas agressões russas após essa guerra.

"Acho que, quando eu voltar aos EUA, saberemos quando será minha reunião com o Presidente Trump", comentou Zelensky.

A declaração do presidente da Ucrânia ocorre após dias de rusgas com a Casa Branca. Na quinta-feira (13), após Trump ter falado separadamente com o ditador russo, Vladimir Putin, e com Zelensky sobre a paz na Ucrânia, o presidente ucraniano disse que Kiev não aceitará negociações sobre o fim da guerra nas quais não esteja envolvida.

Na terça-feira (18), o secretário de Estado americano, Marco Rubio, se encontrará com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, na Arábia Saudita. Zelensky irá ao país árabe no dia seguinte, mas informou nesta segunda-feira que se trata de uma visita ao governo saudita que já estava planejada anteriormente.

No fim de semana, outro ponto de estranhamento com a gestão Trump foi uma declaração de Zelensky, na qual afirmou que recusou por ora um acordo proposto pelo presidente americano para ceder recursos naturais, como terras raras, aos Estados Unidos em troca do apoio que Washington prestou a Kiev desde o início da guerra.

"O acordo é assinado em nível ministerial. Mas eu sou o presidente e terei um impacto na qualidade deste documento. É por isso que não permiti que os ministros assinassem o acordo, porque ele não está pronto", disse Zelensky à imprensa na Conferência de Segurança de Munique.

"Na minha opinião, ele não nos protege. Ele não está pronto para nos proteger, nossos interesses", argumentou.

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