As reportagens no Iraque destacam que a cúpula busca focar em diversas questões da região
A 34ª Cúpula da Liga Árabe começou no dia 17 de maio em Bagdá. É um evento importante e simboliza mudanças grandes na região.
As reportagens no Iraque dizem que a cúpula quer tratar de vários assuntos delicados do Oriente Médio, como os conflitos em Gaza, Sudão, Líbia, Iêmen e Líbano, além dos desafios com o novo governo da Síria. "O Iraque, como país anfitrião, focou em unir os países árabes e adotar uma política externa equilibrada para manter a solidariedade árabe e apoiar a causa palestina", destacou o portal iraquiano Shafaq News.
A expectativa é que esse encontro ajude a resgatar certos valores e hábitos do mundo árabe, depois de décadas de conflitos.
"A cúpula aconteceu num momento em que a região precisa de uma postura histórica e unificada, já que muitos países enfrentam conflitos internos, como Líbia, Sudão e Iêmen. Há forças que estão lutando contra esses países e destruindo seu futuro e sua existência — como acontece na Palestina, especialmente na Faixa de Gaza, no Iêmen e na divisão política dentro do país, além da situação na Síria com a formação de um novo governo", destacou a reportagem.
Apesar disso, ainda há preocupações de que os conflitos possam se agravar. O primeiro-ministro do Iraque, Mohammed Shia Al-Sudani, confirmou a contribuição de US$ 20 milhões para a reconstrução de Gaza e mais US$ 20 milhões para a reconstrução do Líbano, ressaltando que o Iraque tem seguido uma política de não se alinhar a nenhum dos blocos ou eixos da região.
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Presidente sírio Ahmed al-Sharaa fala em coletiva com Emmanuel Macron no Palácio do Eliseu, em Paris (07/05/2025). (Foto: REUTERS/Stephanie Lecocq/Pool) |
O fato é que o Iraque está mais próximo do Irã do que de outros países da região. A cúpula, ao menos oficialmente, declarou apoio à "unidade da Síria, do Iêmen e do Sudão, à soberania desses países sobre seus próprios territórios, à prevenção do derramamento de sangue entre cidadãos de uma mesma nação e ao fim da divisão interna na Líbia".
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se manifestou. Ele falou sobre o novo governo sírio e mencionou a minoria curda na Síria. Já o ministro das Relações Exteriores do Iraque, Fuad Hussein, disse estar satisfeito com o nível de participação dos países árabes na cúpula.
O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Fuad Hussein, confirmou no sábado que a Cúpula Árabe em Bagdá registrou uma convergência de posições entre os países árabes, destacando a rejeição a qualquer interferência em seus assuntos internos, informou o Shafaq.
Hussein acrescentou: "A cúpula discutiu várias crises em diversos países árabes e enfatizou a política de unidade entre os Estados e a rejeição a qualquer interferência estrangeira." Ele continuou: "Nesse contexto, o Iraque, como país anfitrião, elogia e valoriza o papel do Sultanato de Omã na mediação que vem conduzindo entre os Estados Unidos e o Irã, e ressalta a importância da mediação para evitar uma escalada."
É preciso priorizar o poder do Estado para enfrentar os desafios no Líbano e no Iêmen
O secretário-geral da Liga Árabe também conduziu uma discussão sobre a necessidade de priorizar o fortalecimento do poder do Estado no Líbano e os problemas causados pelos houthis no Iêmen. O líder da Liga destacou ainda que "as posições árabes em relação à Palestina, em geral, são tímidas, e aqui se destaca a posição da Espanha, que propôs uma série de medidas que poderiam ajudar a conter a brutalidade da agressão contra Gaza".
O líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, também participou da cúpula. Alguns líderes árabes estiveram ausentes. O líder da Síria não compareceu porque ativistas pró-Irã no Iraque se opuseram à sua presença. O Emir do Catar chegou, mas não permaneceu durante todo o evento.
Houve ainda uma cúpula tripartite paralela, onde Iraque, Egito e Jordânia deveriam se reunir. Porém, o rei da Jordânia não compareceu. O presidente da França havia indicado que poderia participar, mas não apareceu, o que foi uma decepção.
O Shafaq destacou que "a Cúpula Árabe em nível de chefes de Estado, em Bagdá, contou com a presença do presidente da República Árabe do Egito, Abdel Fattah el-Sisi; do Emir do Catar, Tamim bin Hamad bin Khalifa Al Thani; do presidente do Conselho Presidencial da República do Iêmen, Rashad Mohammed Al-Alimi; do presidente da República da Mauritânia, Mohamed Ould Cheikh El-Ghazwani; do presidente da República da Somália, Hassan Sheikh Mahmoud; e do líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas".
As delegações incluíram o presidente da Região do Curdistão, Nechirvan Barzani, como parte da delegação oficial do Iraque que representa a Região do Curdistão.
A reportagem destacou que "a cúpula também contou com a presença do primeiro-ministro Jaafar Hassan, representando a Jordânia; do primeiro-ministro Nawaf Salam, representando o Líbano; do ministro das Relações Exteriores Abdullah Ali Abdullah, representando o Kuwait; e do ministro das Relações Exteriores Abdullatif bin Rashid Al Zayani, representando o Reino do Bahrein.
As delegações também incluíram o representante da Síria, o ministro das Relações Exteriores Asaad Al-Shaibani; o representante do Marrocos, ministro das Relações Exteriores Nasser Bourita; o representante da Argélia, ministro das Relações Exteriores Ahmed Attaf; o representante de Omã, vice-primeiro-ministro Shihab bin Tariq Al Said; e o representante do Djibuti, ministro das Relações Exteriores Abdul Qader Hussein Omar".
Além disso, "a Tunísia foi representada pelo ministro das Relações Exteriores Mohamed Ali bin Ahmed Al-Hadi, a Arábia Saudita pelo ministro de Estado para Assuntos Exteriores Adel Al-Jubeir, os Emirados Árabes Unidos pelo vice-primeiro-ministro Mansour bin Zayed Al Nahyan, as Comores pelo ministro das Relações Exteriores Mbaye Mohamed, o Sudão por um membro do Conselho Soberano, Ibrahim Jaber, e a Líbia enviou seu embaixador na Liga Árabe, Abdul Muttalib Thabet".
A reportagem também mencionou que o primeiro-ministro da Espanha esteve presente, assim como um importante funcionário russo, além de representantes da ONU e da União Europeia. O presidente do Egito pediu que Trump apoiasse um cessar-fogo em Gaza. "O líder palestino Mahmoud Abbas ressaltou que a causa palestina enfrenta agora perigos existenciais devido às ações de Israel no território, pedindo que a próxima fase na Faixa de Gaza seja uma fase sem o Hamas", destacou a reportagem.
O ministro das Relações Exteriores da Síria, Ahmed al-Shibani, descreveu a cúpula árabe como uma oportunidade histórica para os países árabes, ao mesmo tempo em que alertou sobre o perigo representado pelos remanescentes do ISIS e as tentativas de reciclar o grupo extremista na Síria. A cúpula também focou na importância de desenvolver a Grande Área Árabe de Livre Comércio, uma ideia pioneira.
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