Se for condenado, Chkhikvishvili pode pegar uma pena de até 50 anos de prisão
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês) anunciou nesta sexta-feira (23) que o georgiano Michail Chkhikvishvili, de 21 anos, acusado de liderar um grupo neonazista e de convocar ataques contra judeus em Nova York, foi extraditado ontem da Moldávia para o território americano.
Segundo nota do DOJ, Chkhikvishvili, que é conhecido como Commander Butcher ("Comandante Açougueiro"), havia sido preso na Moldávia em julho de 2024, devido a quatro acusações apresentadas na Justiça Federal de Nova York.
A procuradoria sustenta que o georgiano lidera uma organização de ideologia neonazista chamada Culto do Assassinato Maníaco, que tem integrantes nos Estados Unidos e outros países.
Desde 2021, segundo o DOJ, Chkhikvishvili divulga um manifesto no qual pede atos de violência contra judeus e outras minorias, reivindicação que também fazia para aliados por meio do aplicativo de mensagens Telegram.
Um agente do FBI disfarçado entrou em contato com o extremista, que lhe pediu para organizar um "assassinato em massa" de pessoas de "raças inferiores" nos Estados Unidos, por onde o georgiano passou em 2022.
Chkhikvishvili forneceu instruções para a fabricação de bombas e preparação de coquetéis molotov e fez planos para um ataque na noite de Ano Novo de 2024 em Nova York, no qual uma pessoa fantasiada de Papai Noel distribuiria doces envenenados para pessoas de minorias raciais. Depois, mudou os planos para um ataque contra a comunidade judaica nova-iorquina.
Segundo o DOJ, embora esse ataque não tenha sido realizado, a incitação de Chkhikvishvili levou a outros atentados, como em agosto de 2024, quando um terrorista que teve acesso ao manifesto do georgiano esfaqueou cinco pessoas do lado de fora de uma mesquita em Eskisehir, na Turquia. O agressor vestia um colete tático adornado com símbolos nazistas e imagens do ataque foram transmitidas pela internet.
Se for condenado, Chkhikvishvili pode pegar uma pena de até 50 anos de prisão. "Conforme alegado, o réu, um supremacista branco, recrutou outras pessoas para participar de uma violenta campanha de ódio contra minorias raciais e a comunidade judaica, e para se envolver no assassinato em massa de crianças e outras pessoas nessas comunidades usando veneno, bombas suicidas, armas de fogo, incêndios criminosos e explosões de veículos", afirmou o procurador-geral para o Distrito Leste de Nova York, Joseph Nocella Jr.
"A extradição de hoje é um grande passo para responsabilizar o réu por seus esforços indizivelmente repreensíveis e vis para espalhar medo, caos e ódio", acrescentou.
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