"Esta coalizão não é mais legítima, então apresento minha renúncia", disse Ciolacu
O primeiro-ministro da Romênia, Marcel Ciolacu, anunciou sua renúncia como chefe de governo nesta segunda-feira (5), um dia após o direitista George Simion ter vencido o primeiro turno da eleição presidencial com 40% dos votos, eliminando o candidato governista da disputa.
"Esta coalizão não é mais legítima, então apresento minha renúncia", disse Ciolacu a repórteres após participar de uma reunião de seu partido, o social-democrata PSD, que governa em coalizão com o Partido Nacional Liberal (PNL), de centro-direita, e a União Democrática dos Húngaros na Romênia (UDMR).
Ciolacu lembrou que a atual coalizão governista foi formada após as eleições parlamentares de dezembro e depois que a Suprema Corte romena anulou o primeiro turno das eleições presidenciais realizadas no final de novembro de 2024 devido a uma alegação de interferência russa, ordenando a repetição do pleito, cujo primeiro turno ocorreu neste domingo (4).
Segundo o social-democrata, os dois principais objetivos da aliança tripartite que chegou ao poder eram "formar um governo com um primeiro-ministro do PSD" e "ter um candidato comum para o cargo de presidente da Romênia", mas este segundo objetivo não foi alcançado.
Ciolacu estava se referindo ao fracasso de Crin Antonescu, o candidato conjunto dos partidos PSD, PNL e UDMR, que ficou em terceiro lugar e, portanto, foi excluído do segundo turno da votação, marcado para 18 de maio.
Na reta final da contagem de votos, Antonescu perdeu por menos de um ponto percentual para o independente Nicusor Dan, atual prefeito de Bucareste, que agora é o único rival de Simion.
O gabinete presidencial na Romênia tem responsabilidades importantes, particularmente em política externa e de defesa, razão pela qual essas eleições são consideradas cruciais para a direção futura do país.
Dan é um autoproclamado pró-europeu e reformista que defende o fortalecimento do papel da Romênia na Otan, enquanto Simion é um admirador do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um eurocrítico e se opõe ao envio de mais ajuda à vizinha Ucrânia.
A Romênia faz parte do flanco sudeste da Otan e abriga um contingente significativo de tropas da Aliança Atlântica, desempenhando um papel fundamental na estabilidade e segurança regionais.
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