Procurador do TPI, que pediu prisão de Putin e Netanyahu, se afasta após escândalo sexual

O procurador do TPI, Karim Khan (à esquerda), ficará afastado das suas funções enquanto ocorre uma investigação contra ele sobre acusações de má conduta sexual (Foto: EFE/EPA/PETER DEJONG)

Devido ao pedido de prisão contra as autoridades israelenses, o governo dos Estados Unidos bloqueou quaisquer bens que Khan tenha no país e o impediu de entrar em território americano


O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), o britânico Karim Khan, se afastou temporariamente do cargo enquanto ocorre uma investigação contra ele sobre acusações de má conduta sexual, anunciou a corte nesta sexta-feira (16).

O procurador foi acusado de ter tentado coagir uma assessora a um relacionamento sexual e tê-la apalpado contra sua vontade, segundo informações da agência Associated Press (AP).

Nesta sexta-feira, em uma nota, o TPI afirmou que Khan "comunicou sua decisão de se ausentar até o final" de uma investigação externa conduzida pelo Escritório de Serviços de Supervisão Interna, o órgão de fiscalização interna da ONU.

A AP havia informado no ano passado que dois funcionários do TPI, a quem a assessora fez a denúncia, relataram o caso em maio de 2024 ao órgão de fiscalização independente do tribunal, que colheu o depoimento da mulher e encerrou o inquérito após cinco dias, depois dela optar por não apresentar uma queixa formal.

Na ocasião, o órgão de fiscalização instou Khan, em um memorando, a "minimizar" o contato com a mulher.

Segundo informações da agência EFE, Khan afirmou que "não há verdade nas alegações" e disse que sempre esteve disposto a "fornecer qualquer informação necessária" aos investigadores, ao mesmo tempo em que alegou que está "ao lado de qualquer vítima de assédio ou abuso".

Khan é procurador do TPI desde 2021 e nos últimos anos se tornou conhecido por dois pedidos de prisão que foram aceitos pela corte: do ditador russo Vladimir Putin em 2023, por acusações de deportação ilegal de menores durante a guerra na Ucrânia, e do Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, do ex-ministro da Defesa do país Yoav Gallant e de um líder do grupo terrorista Hamas em 2024, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade no atual conflito na Faixa de Gaza.

Devido ao pedido de prisão contra as autoridades israelenses, o governo dos Estados Unidos bloqueou quaisquer bens que Khan tenha no país e o impediu de entrar em território americano.

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