Papa defende família formada por homem e mulher: 'criará sociedades mais harmoniosas'

Papa Leão XIV discursa diante de representantes da diplomacia global, nesta sexta-feira (16), no Vaticano (Foto: EFE/Imprensa do Vaticano/Simone Risoluti)

Leão XIV voltou a falar sobre os conflitos atuais no mundo, defendendo em seu discurso a busca pela paz


O papa Leão XIV fez seu primeiro discurso a diplomatas do mundo todo, no Vaticano, ocasião na qual defendeu a família formada pela união de homem e mulher e fez comentários sobre políticas migratórias e guerras em andamento.

Durante o encontro, ocorrido nesta sexta-feira (16), o líder da Igreja Católica afirmou que "a diplomacia pontifícia é a expressão da própria catolicidade da Igreja e, na sua ação diplomática, a Santa Sé entende que há uma urgência pastoral que a impele a intensificar a sua missão evangélica ao serviço da humanidade, e não a procurar privilégios".

Nesse sentido, Leão XIV defendeu que no diálogo com os diferentes países, ele gostaria que prevalecesse sempre o "sentido de família – a comunidade diplomática representa, com efeito, toda a família dos povos – partilhando as alegrias e as tristezas da vida e os valores humanos e espirituais que a animam".

Ainda falando de família, o papa enfatizou que os países têm a responsabilidade de construir sociedades civis harmoniosas e pacíficas. E isso é alcançado, principalmente, quando há investimento na família, "fundada na união estável entre o homem e a mulher, uma sociedade muito pequena certamente, mas real e anterior a toda a sociedade civil”, afirmou Leão XIV no discurso.

Além disso, destacou a necessidade da proteção da dignidade humana, citando a questão de imigrantes. "Ninguém pode deixar de favorecer contextos em que a dignidade de cada pessoa é protegida, especialmente a das mais frágeis e indefesas, do nascituro ao idoso, do doente ao desempregado, seja ele cidadão ou imigrante".

O pontífice continuou: "A minha própria história é a de um cidadão, descendente de imigrantes, que por sua vez emigraram. Cada um de nós, ao longo da vida, pode encontrar-se saudável ou doente, empregado ou desempregado, na sua terra natal ou numa terra estrangeira: a nossa dignidade, no entanto, permanece sempre a mesma, a de uma criatura querida e amada por Deus".

Leão XIV voltou a falar sobre os conflitos atuais no mundo, defendendo em seu discurso a busca pela paz.

"Paz. Demasiadas vezes pensamos nela como uma palavra 'negativa', ou seja, como uma mera ausência de guerra e de conflito, visto que o confronto faz parte da natureza humana e acompanha-nos sempre, levando-nos demasiadas vezes a viver num 'estado de conflito' constante: em casa, no trabalho, na sociedade. A paz parece então uma simples trégua, uma pausa de repouso entre uma disputa e outra, porque, por mais que nos esforcemos, as tensões estão sempre presentes, um pouco como as brasas a arder sob as cinzas, prontas a reacender-se a qualquer momento", apontou.

Nesse sentido, o papa destacou a importância da religião e do diálogo inter-religioso na promoção da paz mundial.

"A busca da paz exige a prática da justiça. Como já referi, escolhi meu nome pensando principalmente em Leão XIII, o papa da primeira grande encíclica social, a Rerum novarum. No atual momento, a Santa Sé não pode deixar de fazer ouvir a sua voz perante os numerosos desequilíbrios e injustiças que conduzem, entre outras coisas, a condições indignas de trabalho e a sociedades cada vez mais fragmentadas e conflituosas", disse Leão XIV.

Em seu primeiro discurso a diplomatas, nesta sexta-feira, o sucessor de Francisco sublinhou essas três palavras-chave: paz, justiça e verdade, que em sua opinião constituem os pilares da ação missionária da Igreja e do trabalho da diplomacia da Santa Sé.

Leia a íntegra do discurso do papa Leão XIV durante encontro com diplomatas.

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