Tesouro dos EUA concede alívio das sanções à Síria

O Presidente dos EUA, Donald Trump, se reúne com o presidente sírio Ahmed al-Sharaa em Riad, na Arábia Saudita, nesta imagem divulgada em 14 de maio de 2025. Agência de Imprensa Saudita/Handout via Reuters /File Photo

Isso marcará o primeiro passo para concretizar a visão do Presidente Donald Trump de "um novo relacionamento" entre os EUA e a Síria, disse o Departamento de Estado

Na sexta-feira, os Estados Unidos concederam alívio das sanções à Síria para ajudar o país a reconstruir sua economia após o colapso do regime de Bashar al-Assad no ano passado.

Isso ocorre após o anúncio surpresa do Presidente Donald Trump, durante sua recente turnê pelo Oriente Médio, de que pretendia suspender as sanções.

O Tesouro disse que emitiu uma licença geral, conhecida como GL25, que efetivamente suspenderá as sanções ao autorizar transações com o novo governo sírio, bem como com o setor financeiro da Síria e serviços relacionados ao petróleo.

Também autoriza transações com determinadas pessoas bloqueadas, incluindo o presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, que foi sancionado anteriormente sob o nome de Abu Muhammad al-Jawlani.

Espera-se que a medida abra caminho para novos investimentos e atividades do setor privado na Síria, o que, segundo o Tesouro, está alinhado com a "estratégia America First" do Presidente Trump.

"Esta é apenas uma parte de um esforço mais amplo do governo dos EUA para remover toda a arquitetura de sanções impostas à Síria devido aos abusos do regime de Bashar al-Assad", disse o Tesouro em um comunicado.

"O governo dos Estados Unidos está comprometido em apoiar uma Síria estável, unificada e em paz consigo mesma e com seus vizinhos", acrescentou, observando que o alívio das sanções foi concedido com o entendimento de que a Síria não fornecerá um refúgio seguro para organizações terroristas.

O Departamento de Estado também emitiu uma isenção de 180 dias de acordo com a Lei Caesar para garantir que as sanções não impeçam os parceiros dos EUA de investir na Síria, permitindo que eles ajudem a promover a recuperação econômica da Síria.

O Secretário de Estado Marco Rubio disse que a isenção ajudaria a facilitar o fornecimento de eletricidade, energia, água e saneamento na Síria e permitiria o fluxo de ajuda humanitária em todo o país devastado pela guerra.

"As ações de hoje representam o primeiro passo para concretizar a visão do presidente de um novo relacionamento entre a Síria e os Estados Unidos", disse Rubio em um comunicado.

O Ministério das Relações Exteriores da Síria emitiu uma declaração após o anúncio, dizendo que saudava a decisão do governo Trump de suspender as sanções.

A medida segue o encontro de Trump com al-Sharaa na Arábia Saudita em 14 de maio. Rubio afirmou que Trump deixou clara sua expectativa para al-Sharaa de que o alívio das sanções deve ser seguido por uma "ação imediata do governo sírio em importantes prioridades políticas".

"O Presidente Trump está dando ao governo sírio a chance de promover a paz e a estabilidade, tanto na Síria quanto nas relações da Síria com seus vizinhos", disse Rubio.

Antes da reunião, Trump anunciou que seu governo estava tomando medidas para restabelecer as relações diplomáticas com o país devastado pela guerra.

"Ordenarei o fim das sanções contra a Síria para dar a eles uma chance de grandeza", disse Trump durante o Fórum de Investimento Saudita-EUA em Riad, em 13 de maio.

Os Estados Unidos designaram a Síria como um "Estado patrocinador do terrorismo" em 1979. Em 2011, impuseram sanções adicionais em resposta à violenta repressão do regime de Assad aos manifestantes, o que desencadeou uma guerra civil que durou 13 anos antes de o regime ser finalmente derrubado por grupos rebeldes liderados pela Hayat Tahrir al-Sham – uma organização designada pelo governo dos EUA como uma organização terrorista estrangeira – no ano passado.

O Conselho Europeu também anunciou em 20 de maio que suspenderá as sanções econômicas contra a Síria para ajudar o país a "reconstruir uma nova Síria, inclusiva, pluralista e pacífica, livre de interferências estrangeiras prejudiciais".

Ryan Morgan e Reuters contribuíram para esta reportagem.

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