O general da reserva Amos Gilad, ex-chefe do Departamento Político-Segurança do Ministério da Defesa de Israel, afirmou em entrevista a Anat Davidov e Udi Segal que "mesmo diante de conquistas significativas, pode surgir uma situação em que acabemos sozinhos em um confronto" O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou claro na manhã deste domingo que seu país, por enquanto, não está envolvido na guerra — mas ameaçou o Irã com retaliação caso seus soldados sejam atacados. O general da reserva Amos Gilad, ex-chefe do Departamento Político-Segurança do Ministério da Defesa de Israel, comentou sobre a preocupação com a falta de envolvimento dos EUA na ofensiva, em entrevista a Anat Davidov e Udi Segal na rádio 103FM. A respeito da guerra, Gilad declarou: "Por um lado, temos uma vitória militar do Mossad, das Forças de Defesa de Israel (IDF), e da inteligência militar (Aman)... Mas o problema é que sempre é preciso uma liderança política que saiba encerrar o conflito. Os iranianos podem decidir lutar — isso pode se arrastar por muito tempo. Do ponto de vista deles, ferimos seu orgulho nacional. Temos, por exemplo, a instalação de Fordow, que é profundamente enterrada no solo — e, para lidar com isso, é indispensável o apoio dos Estados Unidos." E completou com um alerta: "Se Netanyahu partiu para essa operação sem garantias dos EUA ou sem coordenação política com Washington — se isso realmente for verdade — então é algo extremamente grave, que pode comprometer toda a operação, apesar dos resultados militares impressionantes." Questionado, em seguida, se Israel teria como encerrar a guerra contra o Irã sem o apoio dos Estados Unidos, Gilad foi taxativo: "Acho que não." Segundo ele, "grandes conquistas históricas resultam da fusão entre prudência diplomática e força militar". Caso a operação não tenha sido previamente coordenada com Washington — "sem o compromisso americano de neutralizar alvos que nós mesmos não conseguimos atingir" —, o desfecho pode ser perigoso: "No fim, o Irã dirá: 'Israel nos atacou; não temos alternativa — para dissuadi‑los, precisamos desenvolver armas nucleares'. Aí, todo o nosso ganho vira prejuízo. Há sempre um abismo intolerável entre a paralisia política e a ação militar brilhante." Ele acrescentou: "Resta saber se esses êxitos impedirão o Irã de entrar numa corrida acelerada por armamentos nucleares — conhecimento eles já têm. Pode ocorrer de continuarem nos atacando se perceberem que os EUA não estão conosco. Se ficarmos sozinhos, os iranianos manterão o confronto e o aiatolá Khamenei pode optar por acelerar o programa, pois já estão à beira da bomba. Em última análise, apesar dos resultados impressionantes, se o primeiro‑ministro não garantir coordenação total com os EUA e com a comunidade internacional, corremos o risco de terminar esse conflito isolados."
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