EUA dizem que participantes de conferência da ONU sobre Estado palestino sofrerão 'consequências'

Encontro da semana que vem em Nova York está sendo organizado pelos governos da França, do presidente Emmanuel Macron, e da Arábia Saudita (Foto: LAURENT CIPRIANI/EFE/EPA)

O encontro da semana que vem está sendo organizado pelos governos da França e da Arábia Saudita


O governo dos Estados Unidos enviou uma mensagem diplomática alertando que países que participarem de uma conferência da ONU na próxima semana, sobre uma possível solução de dois Estados entre Israel e palestinos, poderão se tornar alvo de medidas da gestão Donald Trump.

A agência Reuters teve acesso à mensagem, que aponta que "ações anti-Israel" que possam ser decididas no encontro da semana que vem em Nova York serão vistas como contrárias "aos interesses da política externa dos EUA" e poderão gerar para os governos responsáveis "consequências diplomáticas".

"Estamos instando os governos a não participarem da conferência, que consideramos contraproducente aos esforços contínuos para salvar vidas e encerrar a guerra em Gaza e libertar reféns", diz a mensagem.

"Os Estados Unidos se opõem a quaisquer medidas que reconheçam unilateralmente um Estado palestino conjectural, o que acrescenta obstáculos jurídicos e políticos significativos à eventual resolução do conflito e poderia coagir Israel durante uma guerra, apoiando assim seus inimigos", acrescentou o governo americano.

A mensagem afirma ainda que o reconhecimento "unilateral" de um Estado palestino "tornaria efetivamente 7 de outubro o Dia da Independência da Palestina", data dos ataques do Hamas a Israel em 2023, e prejudicaria negociações para a libertação dos reféns que seguem nas mãos do grupo terrorista, que seria "encorajado" em um momento em que "rejeitou as propostas dos negociadores que Israel aceitou".

O encontro da semana que vem está sendo organizado pelos governos da França e da Arábia Saudita.

No final de maio, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que o reconhecimento de um Estado palestino é um "dever moral" e uma "necessidade política". Já a Arábia Saudita exige esforços para a criação de um Estado palestino para estabelecer relações diplomáticas com Israel.

A Reuters publicou a reportagem sobre a mensagem americana nesta quarta-feira (11), um dia após os governos do Reino Unido, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Noruega anunciarem sanções contra dois ministros da coalizão do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, acusando-os de "repetidas incitações à violência contra comunidades palestinas" na Cisjordânia.

"Os Estados Unidos se opõem ao apoio implícito da conferência a potenciais ações, incluindo boicotes e sanções a Israel, bem como outras medidas punitivas", diz a mensagem do governo Trump.

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