Irã enriquecerá mais urânio após AIEA denunciar violações nucleares; Trump fala em ataque de Israel

Encontro entre representantes de Egito, Irã e Aiea no Cairo, no início do mês: impasse nas negociações nucleares entre Washington e Teerã aumenta tensão (Foto: MOHAMED HOSSAM/EFE/EPA)

Na quarta-feira (11), o governo dos Estados Unidos autorizou uma retirada parcial de diplomatas e militares de suas representações e bases no Oriente Médio


O Irã anunciou nesta quinta-feira (12) que adotará medidas de retaliação à resolução aprovada pelo Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a agência atômica da ONU, que considera o Irã em violação de suas obrigações nucleares.

Segundo informações da Agência EFE, o regime dos aiatolás anunciou que inaugurará uma usina de enriquecimento de urânio e instalará centrífugas avançadas em outro de seus centros.

"Em resposta à resolução da Junta de Governadores da AIEA, o chefe da Agência de Energia Atômica do Irã emitiu as ordens necessárias para estabelecer um novo centro de enriquecimento em um local seguro e substituir as máquinas de primeira geração no centro de enriquecimento em Fordow por máquinas avançadas de sexta geração", disseram as autoridades iranianas em um comunicado.

Mais cedo, a AIEA havia afirmado pela primeira vez em quase 20 anos que o Irã violou suas obrigações de não-proliferação nuclear, o que pode levar o caso a ser reportado ao Conselho de Segurança da ONU.

No texto da resolução, ao qual a Reuters teve acesso, o conselho da Aiea afirmou que "considera que as inúmeras falhas do Irã em cumprir suas obrigações desde 2019 de fornecer à agência cooperação plena e oportuna em relação a materiais nucleares não declarados e atividades em múltiplos locais não declarados no Irã" representam "descumprimento de suas obrigações sob o Acordo de Salvaguardas com a agência".

Os Estados Unidos confirmaram nesta quinta-feira que participarão da sexta rodada de negociações nucleares com o Irã, a ser realizada na capital de Omã, Mascate, no próximo domingo (15), mas o impasse nas conversas anteriores aumentou a tensão no Oriente Médio.

Nesta quinta-feira, a emissora americana NBC News, com base em informações de cinco fontes oficiais dos Estados Unidos, disse que Israel está considerando um ataque contra o Irã, mesmo sem o apoio de Washington.

O governo de Benjamin Netanyahu se opõe às negociações entre Washington e Teerã, sob o argumento de que são apenas uma distração iraniana para ganhar tempo e manter o plano de desenvolver uma bomba nuclear.

O Presidente americano, Donald Trump, afirmou a jornalistas na Casa Branca hoje que não quer que Israel realize o ataque contra o Irã com a sexta rodada de negociações em vista, mas disse que acredita que uma ofensiva israelense pode acontecer nos próximos dias.

"Não quero dizer iminente, mas é algo que pode muito bem acontecer", disse Trump. "Eles [Israel] não me disseram nada, mas eu disse: vejam, há uma chance de um conflito massivo."

Na quarta-feira (11), o governo dos Estados Unidos autorizou uma retirada parcial de diplomatas e militares de suas representações e bases no Oriente Médio, diante da tensão na região.

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