Chefe da IDF teria aconselhado o fim da guerra, alertando que a continuidade pode colocar os reféns em perigo
Com as discussões sobre um acordo de paz regional mais amplo sendo promovidas pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, as opiniões sobre como as Forças de Defesa de Israel (IDF) devem agir em Gaza têm divergido entre a liderança política e militar de Israel, segundo relatos da mídia.
O Canal 13 informou que o ministro da Defesa, Katz, disse aos membros do Fórum do Estado-Maior General, em uma reunião na noite de segunda-feira, que Israel está "agora diante da conclusão da campanha em Gaza – para alcançar seus objetivos – principalmente a libertação de todos os reféns e a subjugação do Hamas."
Segundo a reportagem, as discussões entre políticos e oficiais militares em duas reuniões, no domingo e na segunda-feira, incluíram alguns "tons duros", já que o Chefe do Estado-Maior, tenente-general Eyal Zamir, teria alertado que continuar a campanha militar neste momento colocaria em risco os reféns restantes.
O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, que pode viajar à Casa Branca já na próxima semana para discutir o fim da guerra em Gaza, entre outras questões urgentes, teria apresentado um plano em quatro etapas para a continuação dos combates.
A questão sobre dar continuidade ou não à guerra aparentemente divide tanto os políticos quanto a alta cúpula militar. Netanyahu estaria sob pressão dos Estados Unidos para encerrar a guerra em Gaza e avançar em direção a um amplo acordo regional.
No entanto, caso o Hamas continue recusando um cessar-fogo, Netanyahu pode aprovar uma nova intensificação das operações da IDF. Enquanto o general Zamir teria aconselhado a suspensão dos combates, um oficial sênior do Comando Sul disse ao Ynet News: "Seria uma vergonha parar agora."
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— צבא ההגנה לישראל (@idfonline) June 30, 2025
צוות הקרב של חטיבה 188 ולוחמי יהל״ם השמידו מנהרה תת-קרקעית של חמאס
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Segundo o Walla News, o Exército está se preparando para o possível fracasso das negociações mais recentes com o Hamas, incluindo novos exercícios em larga escala e ataques aéreos intensos. No entanto, alguns oficiais das IDF afirmam que o Exército está começando a esgotar suas ações militares, aconselhando a cúpula política a elaborar uma nova estratégia para forçar o Hamas a liberar os reféns.
Outros integrantes da alta cúpula das IDF estariam preocupados que uma nova operação em larga escala inevitavelmente levaria, finalmente, à necessidade de um governo militar israelense em Gaza, algo que muitos generais há muito tempo se opõem.
No campo político, o ministro da Segurança Nacional de extrema-direita, Itamar Ben Gvir, e o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, ficaram furiosos com as preocupações apresentadas pelos militares na reunião desta segunda-feira, segundo o Canal 13.
Diz-se que eles argumentaram que também querem o retorno dos reféns, mas não estão dispostos a colocar o país em risco ao permitir a permanência do Hamas em Gaza.
Mais cedo nesta segunda-feira, Smotrich afirmou em entrevista coletiva que não permitiria que Netanyahu concordasse com o fim da guerra em Gaza.
"Posso dizer com todo meu coração que isso não vai acontecer. Estou conversando com ele sobre isso e não tenho a impressão de que ele está a caminho disso", disse Smotrich.
"Quem tentar seguir por esse caminho vai bater em um muro que não permitirá avançar."
Enquanto isso, o Fórum das Famílias dos Reféns criticou duramente o comentário do oficial das IDF de que encerrar a guerra em Gaza seria "uma vergonha".
"Gostaríamos que o porta-voz explicasse às famílias dos reféns o que exatamente seu plano militar inclui, como evita afundar no atoleiro de Gaza, como contribui para o resgate de todos os reféns e como se alinha com a posição declarada pelo Chefe do Estado-Maior", escreveu o fórum no 𝕏.
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