Facções palestinas concluem conferência no Cairo: Gaza será administrada por comitê temporário de tecnocratas

Facções palestinas se reúnem no Cairo, 24 de outubro de 2025 | Uso conforme o Artigo 27A

Todas as facções, incluindo o Hamas e o Fatah, divulgaram uma declaração ao término de uma conferência conjunta, na qual pediram o fortalecimento da cooperação entre elas e o reforço da OLP como o único representante legítimo do povo palestino

Todas as facções palestinas concluíram ontem uma ampla conferência realizada na capital do Egito, Cairo, organizada por iniciativa egípcia e com a participação de representantes dos países mediadores — Egito, Catar e Turquia. Segundo o site de notícias palestino Quds Press, o encontro ocorreu como parte dos esforços regionais e internacionais para estabilizar o cessar-fogo na Faixa de Gaza e lidar com as consequências da guerra. Diversos relatos palestinos destacaram que todas as facções participaram da conferência, incluindo representantes do Hamas e do Fatah.

Na declaração publicada pelas facções ao término da reunião, foi informado que os participantes discutiram os recentes desdobramentos da questão palestina e a segunda fase do plano do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, destinado a "parar o genocídio na Faixa de Gaza". Segundo as facções, o encontro faz parte dos preparativos para um diálogo nacional abrangente, com o objetivo de "proteger o projeto nacional palestino e restaurar a unidade interna".

Na declaração, as facções reafirmaram seu apoio à implementação total do acordo de cessar-fogo, "incluindo a retirada das Forças de Defesa de Israel da Faixa de Gaza, o levantamento completo do bloqueio, a abertura de todas as passagens — inclusive a de Rafah —, a entrada de ajuda humanitária e médica, e o início de um amplo processo de reconstrução que devolva a vida à normalidade e ponha fim ao sofrimento dos moradores da Faixa".

Além disso, foi mencionado que as facções aprovaram a transferência da administração da Faixa de Gaza para um comitê palestino temporário composto por tecnocratas independentes, representando os habitantes da região. Esse comitê será responsável por supervisionar a gestão da vida cotidiana e dos serviços básicos, em cooperação com entidades árabes e instituições internacionais, "com base em transparência e responsabilidade nacional".

Adicionalmente, ficou acordada a criação de um comitê internacional para supervisionar o financiamento e a implementação do processo de reconstrução, garantindo a unidade do sistema político palestino e a independência na tomada de decisões nacionais.

As facções palestinas pediram a adoção de medidas para garantir a segurança e a estabilidade na Faixa de Gaza, ressaltando a importância da publicação da decisão da ONU sobre a criação de uma força temporária da ONU para supervisionar o cessar-fogo.

Sobre os prisioneiros palestinos nas prisões israelenses, as facções exigiram o fim das "formas de tortura e violações dos direitos dos prisioneiros nas cadeias israelenses", declarando que a questão dos prisioneiros continuará no topo da agenda nacional até sua libertação.

As facções também defenderam a continuidade da cooperação no âmbito interno palestino para enfrentar os desafios existentes, propondo a convocação urgente de uma reunião de todas as forças e facções palestinas para formular uma estratégia nacional e fortalecer o papel da OLP como o único representante legítimo do povo palestino — garantindo ampla representação "de todos os componentes e forças essenciais do povo palestino".

Ao final da declaração, foi afirmado que "o tempo é sangue" e que o momento atual é crítico. Os participantes destacaram que a conferência no Cairo representa um "verdadeiro ponto de virada rumo à unidade nacional abrangente, na defesa dos direitos do povo palestino à vida, dignidade e liberdade, preservando a unidade de propósito e os direitos das futuras gerações, tendo como prioridade o direito à autodeterminação, a criação de um Estado palestino independente com Jerusalém como capital e a garantia do direito de retorno dos refugiados palestinos".

Postar um comentário

0 Comentários