"Com novas técnicas, conseguimos superar essas barreiras e fornecer evidências genéticas de possíveis movimentos populacionais no período"
Pesquisadores de duas universidades de Liverpool, na Inglaterra, conseguiram sequenciar o genoma completo mais antigo já encontrado na história da humanidade. O DNA foi extraído de um esqueleto egípcio preservado por cerca de 4.500 a 4.800 anos, encontrado selado em um grande vaso de cerâmica – uma proteção que permitiu sua sobrevivência ao tempo, ao clima e até aos bombardeios da Segunda Guerra Mundial.
Os restos mortais, descobertos por arqueólogos britânicos na necrópole de Nuwayrat, a mais de 240 km ao sul do Cairo, permaneceram guardados por mais de um século em um depósito na cidade portuária de Liverpool. O DNA, praticamente intacto, foi extraído dos dentes do indivíduo.
Segundo os cientistas, a forma cuidadosa como o homem foi sepultado – típica de egípcios ricos e pertencentes a castas nobres – contribuiu para a preservação excepcional do material genético.
"Quarenta anos se passaram desde as primeiras tentativas de recuperar DNA de múmias, sem sucesso no sequenciamento de um genoma egípcio antigo", afirmou Pontus Skoglund, um dos autores do estudo publicado na revista Nature.
"O Egito Antigo tem uma arqueologia extraordinária, mas a difícil preservação do DNA impedia registros genéticos comparativos. Com novas técnicas, conseguimos superar essas barreiras e fornecer evidências genéticas de possíveis movimentos populacionais no período", completa em entrevista à revista.

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