Chefe do Hezbollah: 'Se Israel agir contra nós, não ficaremos em silêncio'

Crianças pedalando por um vilarejo libanês-israelense enquanto observam um pôster de Sayyed Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah | Mohammed Zaatari/AP Photo

Nasrallah afirmou que, "embora eles acreditem estar travando uma guerra psicológica contra nós, na verdade, estão sendo submetidos a ela"

O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, comemorou nesta quarta-feira (12) os 17 anos da Segunda Guerra do Líbano, travada entre seu grupo terrorista e as Forças de Defesa de Israel (IDF), ao declarar em um discurso que, caso Israel opte por um confronto militar, "não ficaremos em silêncio".

O temor de uma escalada entre o Hezbollah e as Forças de Defesa de Israel (IDF) – evocando lembranças do conflito de 34 dias em 2006, considerado o primeiro round da guerra por procuração entre o Irã e Israel – tem aumentado nos últimos meses. Houve alguns episódios breves de confronto entre membros do Hezbollah e soldados israelenses na fronteira norte de Israel, enquanto Nasrallah advertiu sobre a iminência de uma "grande guerra" com o vizinho ao sul do Líbano.

Nasrallah acusou Israel de instigar o medo em seu próprio povo, argumentando que o país é habilidoso em aterrorizar seus próprios assentamentos no norte. Ele atribuiu essa situação principalmente à mídia israelense.

Ehud Olmert, ex-primeiro-ministro israelense, declarou ao i24NEWS nesta quarta-feira que, embora não espere um confronto militar iminente entre o IDF e o Hezbollah, ele ainda acredita que o grupo terrorista enfrentaria um "país unificado" caso decidisse atacar.

Nasrallah fez seu discurso em meio a um período de tensão entre Israel e o movimento terrorista xiita no Líbano.

Há mais de dois meses, foram relatadas informações sobre o Hezbollah estabelecendo duas tendas em território israelense, e na semana passada um foguete antitanque foi lançado na região de fronteira entre Israel e Líbano. Em resposta, o IDF retaliou com projéteis.

Na semana passada, o Hezbollah desmontou uma das tendas e, de acordo com relatos da mídia árabe, representantes do Hezbollah e de Israel estão envolvidos em negociações para um acordo visando o desmantelamento da segunda tenda também.

"Nós montamos nossa barraca em território libanês, e é território libanês reconhecido pelo Estado do Líbano. Os israelenses não ousaram agir contra isso. Nossos agentes têm suas instruções em caso de um ataque israelense às tendas", afirmou Nasrallah em seu discurso.

"[O vilarejo de Ghajar] é um território libanês ocupado por Israel. A posição do Hezbollah é clara: não haverá uma resolução pacífica para essa questão. Israel deve devolver Ghajar, e é responsabilidade do Hezbollah recuperá-lo. Não abandonaremos Ghajar."

Horas antes de seu discurso, o IDF expulsou vários membros do Hezbollah – ferindo três – que se aproximaram da cerca da fronteira com Israel do território libanês, supostamente tentando sabotá-la. Enquanto isso, as forças israelenses dispararam para o ar perto de Metula depois que um grupo de pessoas disparou fogos de artifício.

Nasrallah afirmou que, "embora eles acreditem estar travando uma guerra psicológica contra nós, na verdade, estão sendo submetidos a ela".

Postar um comentário

0 Comentários