Israel veta consulado saudita para palestinos

O chanceler de Israel, Eli Cohen, visto durante uma entrevista no Ministério das Relações Exteriores em Jerusalém, 12 de junho de 2023 |crédito da foto: Yossi Aloni/FLASH90

"Eles não coordenaram conosco e não precisavam coordenar conosco", diz Cohen

Israel estava ciente de que a Arábia Saudita tinha intenções de designar um embaixador não residente para os palestinos; no entanto, o processo não foi coordenado com as autoridades israelenses, de acordo com as declarações do Ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, à rádio 103FM neste domingo (13).

"Eles não coordenaram conosco e não precisavam coordenar conosco", afirmou Cohen. Quando o entrevistador, Udi Segal, mencionou que Israel não tinha conhecimento prévio da nomeação saudita, Cohen esclareceu que estar ciente e coordenar são dois aspectos distintos.

No sábado, a Arábia Saudita designou seu primeiro embaixador para a "Palestina". O atual embaixador do reino na Jordânia, Nayef bin Bandar Al-Sudairi, assumirá o papel de embaixador extraordinário não residente e também desempenhará o cargo de "cônsul-geral em Jerusalém", além de suas responsabilidades em Amã.

Essa medida ocorreu em meio às negociações entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita para um acordo de paz israelense-saudita. Além disso, discutiu-se também a possibilidade de uma cooperação mais profunda em termos de defesa entre Washington e Riad.

Cohen disse que a nomeação do embaixador ocorreu "no contexto do avanço das negociações entre os EUA e os sauditas em relação a Israel. 
Os sauditas queriam enviar uma mensagem aos palestinos de que não os esqueceram".

O fato de Riad ter nomeado al-Sudairi para Jerusalém não significa que haverá um consulado saudita para os palestinos na capital de Israel, uma medida que teria de ser coordenada com Israel.

"Não permitiremos a abertura de nenhuma representação diplomática para os palestinos em Jerusalém", disse Cohen.

A Arábia Saudita há muito diz que Israel deve fazer concessões relacionadas aos palestinos antes de reconhecer o Estado judeu.

No entanto, Cohen disse que "a questão palestina não é o assunto central nas negociações. O Likud, liderado pelo Primeiro-Ministro Netanyahu, trouxe os últimos três acordos de paz. Isso significa que os palestinos não são uma barreira para a paz. Não é essa a questão que o impedirá".

Até agora, as negociações são apenas entre Washington e Riad, e Jerusalém ainda não foi incluída, mas as autoridades americanas atualizaram Israel sobre as demandas dos sauditas. Enquanto Netanyahu concordou em interromper os planos de aplicar soberania aos assentamentos israelenses na Judeia e Samaria em troca dos Acordos de Abraão com os Emirados Árabes Unidos, em 2020, fontes diplomáticas disseram que a Arábia Saudita espera que Israel tome medidas proativas em direção a um Estado palestino.

Riad também pediu ajuda a Washington para desenvolver um programa civil de enriquecimento de urânio como parte do acordo. Cohen reiterou sua sugestão de que, em vez disso, os EUA ofereçam ao reino um pacto de defesa nuclear pelo qual atacaria o Irã se eles bombardeassem a Arábia Saudita.

Embora reconheça a presença de várias barreiras, Cohen afirmou: "Ao analisar os dados, acredito que podemos alcançar acordos. Embora seja uma situação complexa, ainda assim é factível."

O chanceler israelense estimou que a normalização pode acontecer em 9 a 12 meses.

"O que importa no final são os interesses. A Arábia Saudita tem interesse em um acordo não menos do que Israel", acrescentou.

*Com informações do 
The Jerusalem Post via Revista Bras.il

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