Rebeldes do Iêmen declaram guerra a Israel. Hezbollah fala na sexta-feira

Apoiadores houthis do Iêmen | Getty Images

Declaração de líder dos houthis é seguida de míssil de longo alcance. Cresce temor de entrada do Hezbollah no conflito

Numa visível escalada dos combates após a incursão de Israel por terra em Gaza, o conflito dá sinais de iminente disseminação na região, com a subida de tom nas ameaças de grupos extremistas e com a primeira declaração de guerra contra Israel, que parte do Houthi, no Iêmen.

O ato foi seguido, em poucas horas, pelo disparo de um míssil de longo alcance na direção da cidade israelense de Eilat — que teria sido interceptado a 1.700 km de distância. A autoria do ataque foi assumida pelo Houthi, inclusive com a distribuição de um vídeo do disparo.

No pronunciamento, o porta-voz dos rebeldes houthis alega que "Israel está promovendo um massacre em Gaza" com o apoio da comunidade internacional, principalmente dos Estados Unidos. "Por isso, decidimos lançar mísseis cruzeiros e balísticos contra Israel", completou.

A entrada de soldados israelenses na Faixa de Gaza iniciou-se pelo norte e avança na direção da cidade de Gaza, enquanto bombardeios são mantidos em áreas densamente povoadas, tendo como alvo líderes do Hamas, de acordo com a alegação das autoridades do país.

Também gera expectativa o anúncio do pronunciamento do secretário-geral do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, marcado para as 15h desta sexta-feira. O grupo extremista tem poder de fogo muito superior ao do Hamas e é considerado "um exército", com suas principais bases no Líbano.

O temor quanto ao pronunciamento de Nasrallah é que haja uma convocação do chamado "eixo da resistência", que reúne Hamas, Hezbollah, Houthi e milícias xiitas iraquianas. Esses grupos, porém, se opõem ao Estado Islâmico e à Al Qaeda — embora todos tenham Israel e os Estados Unidos como inimigos comuns.

A eventual adesão do Hezbollah ao conflito representaria uma grave escalada da guerra, não só em razão da capacidade bélica do grupo, mas porque arrastaria o Líbano e outros atores para o centro da crise.

Publicado originalmente em R7

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